Aliado do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o senador Omar Aziz (PSD-AM) criticou nesta quinta-feira (19/09) o valor do repasse do governo federal no valor de R$ 514 milhões para o enfrentamento das queimadas e estiagem nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Em vídeo publicado nas redes sociais, o parlamentar afirmou ser “muito pouco” a verba pública para a dimensão da crise climática.
Aziz também rebateu especulações do mercado e da imprensa nacional de que os recursos encaminhados pela União poderiam impactar na bolsa de valores no Brasil e colocar em risco o cumprimento do novo arcabouço fiscal pelo governo Lula. Ele argumentou que a mesma narrativa não foi utilizada quando o Congresso Nacional aprovou o repasse de R$ 89 bilhões para ajudar o estado do Rio Grande do Sul devastado pelas enchentes, ocorridas entre o final de abril e início de maio.
O senador do PSD-AM afirmou que as populações das três regiões do país mais afetadas pela seca histórica e queimadas, em 2024, são vistas como “brasileiros de segunda classe”.
“E os brasileiros da região Norte, Centro-Oeste e Nordeste que estão sofrendo com isso? Nós não somos brasileiros de segunda classe. Nem que vocês queiram nos tratar dessa forma, nós não aceitamos. Vi editoriais [na imprensa] criticando por causa da questão fiscal, que a bolsa [de valores] vai subir […] O Rio Grande do Sul merece R$ 89 bilhões que nós aprovamos no Congresso, de medida provisória. Mas nós não aceitamos que nos tratem como brasileiros de segunda classe. Queremos o mesmo tratamento do governo federal, [porque] R$ 514 milhões é muito pouco”, disse Aziz.
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O parlamentar enfatizou que a preservação da vida de brasileiros afetados pela condições climáticas severas é mais importante que debates sobre as consequências para a economia das despesas do governo federal para auxiliar os estados que sofrem com a estiagem e focos de incêndio. Omar Aziz não poupou críticas a uma possível xenofobia com os povos da Amazônia, por exemplo, e cobrou respeito.
“No momento desse o que vale são vidas, são brasileiros. Não é porque caboclos e indígenas moram aqui [na Amazônia] que não devam ser tratados da mesma forma que são tratados outros brasileiros. Somos brasileiros iguais, de uma mesma classe e temos as necessidades iguais. Toda ajuda possível ao Rio Grande do Sul, mas todo respeito com a nossa região e com o nosso sofrimento nesse momento”, finalizou o senador.
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