O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), uma das principais vozes da oposição ao governo Lula (PT), criticou duramente a tentativa de implementar novas regras de monitoramento para transações financeiras realizadas via Pix e cartões de crédito. Durante entrevista à CNN Brasil na última quarta-feira (15/1), Ferreira questionou a revogação da medida anunciada pelo Governo Federal, adotando um tom irônico:
“Se era fake news, por que revogaram? É impressionante: eles comunicam algo e depois dizem que não, que nós somos incapazes de entender.”
O parlamentar publicou um vídeo em suas redes sociais na última quarta-feira (15) alertando sobre os possíveis impactos da medida e reafirmando seu posicionamento contra qualquer interferência que ele considere prejudicial ao trabalhador brasileiro.
A polêmica sobre o monitoramento do Pix
A medida anunciada pela Receita Federal tinha como objetivo ampliar a supervisão sobre transações financeiras realizadas via Pix e cartões de crédito. A regra previa o monitoramento de transferências a partir de R$ 5 mil para pessoas físicas e R$ 15 mil para empresas, com a justificativa de combater fraudes e sonegação fiscal.
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No entanto, a proposta gerou grande repercussão negativa, especialmente após um vídeo divulgado por Nikolas Ferreira viralizar, alcançando mais de 280 milhões de visualizações em 24 horas. No vídeo, Ferreira desmentiu rumores de que o Pix seria taxado, mas criticou o que chamou de “ameaças” do governo, mencionando possíveis aumentos de impostos e mudanças nas regras fiscais.
“Não, o Pix não será taxado, mas é bom lembrar que a comprinha da China não seria taxada, mas foi… você ia ser isento do Imposto de Renda, mas não vai mais… ia ter picanha, mas não teve. O Pix não será taxado, mas não duvido que possa ser”, declarou o deputado.
Revogação da medida
Horas após a repercussão do vídeo e a pressão popular, a Receita Federal optou por revogar a norma. Segundo o secretário especial da Receita, Robinson Barreirinhas, a decisão foi tomada por dois motivos principais: Evitar o uso da norma por criminosos e garantir um debate amplo e transparente sobre o tema, sem interferências causadas por boatos ou desinformação.
Com a revogação, voltaram a valer as regras anteriores, que estabelecem limites de R$ 2 mil para pessoas físicas e R$ 6 mil para empresas no monitoramento de transações.
Nikolas Ferreira classificou a repercussão como uma vitória da sociedade e afirmou que a questão transcende divisões ideológicas.
“Essa é uma luta que uniu o Brasil em prol de não permitir que o governo tenha uma lupa sobre o dinheiro das pessoas”, declarou o parlamentar, que reforça como nunca seu papel na oposição ao governo Lula.