O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) usou as redes sociais para ironizar a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Em uma publicação no X (antigo Twitter), o parlamentar sugeriu que a peça da PGR teria sido escrita como um roteiro cinematográfico e chegou a questionar se o órgão concorreria ao Oscar.
“PGR vai concorrer ao Oscar também? Haja criatividade nesse roteiro. Patético”, escreveu Nikolas Ferreira na rede social.
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A declaração de Nikolas Ferreira foi uma crítica direta ao trabalho da Procuradoria, que, segundo ele, estaria criando uma narrativa fantasiosa contra Bolsonaro.
A denúncia da PGR contra o ex-presidente tem gerado reações divergentes no cenário político. Aliados de Bolsonaro consideram a acusação uma perseguição política, enquanto opositores defendem que a investigação é necessária para esclarecer possíveis irregularidades cometidas durante seu mandato.
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Relação de Nikolas Ferreira e Bolsonaro
Nikolas Ferreira, um dos parlamentares mais próximos do ex-presidente, tem se posicionado de forma contundente contra ações que considera motivadas por interesses políticos.
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O deputado, que frequentemente utiliza suas redes para manifestar apoio a Bolsonaro, reforça a tese de que há uma tentativa de enfraquecer a imagem do ex-presidente por meio de processos judiciais.
PGR denuncia Bolsonaro
A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou, nessa terça-feira (18/2), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por envolvimento numa trama golpista apontada pela Polícia Federal.
Bolsonaro é acusado pelos seguintes crimes:
- organização criminosa armada;
- tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
- golpe de Estado;
- dano qualificado pela violência e grave ameça contra o patrimônio da União, e com considerável prejuízo para a vítima;
- e deterioração de patrimônio tombado.
Esta é a primeira vez que Bolsonaro é denunciado criminalmente perante o Supremo Tribunal Federal (STF) desde que se tornou presidente. Assinada pelo procurador-geral Paulo Gonet, a denúncia foi enviada ao ministro Alexandre de Moraes.
A acusação representa a etapa mais avançada de uma investigação contra o ex-presidente no STF. Ao longo dos últimos anos, a Polícia Federal concluiu que o político cometeu crimes em ao menos cinco investigações que tramitam no tribunal. Em três delas, Bolsonaro foi indiciado.
A PF concluiu que ex-presidente cometeu crimes e o indiciou na investigação que apura fraude em seu cartão de vacinação, na apuração que mira a venda de joias sauditas presenteadas ao governo e, posteriormente, negociadas nos Estados Unidos, e nesta sobre a trama golpista.
A denúncia contra o ex-presidente será analisada pela Primeira Turma do STF. O colegiado é presidido pelo ministro Cristiano Zanin, a quem cabe marcar a pauta de julgamentos.
A expectativa é a de que a denúncia seja recebida pelo colegiado e que o ex-presidente se torne réu ainda neste primeiro semestre. Compõem a Primeira Turma os ministros Alexandre de Moraes, Cristiano Zanin, Cármen Lúcia, Luiz Fux Ministro e Flávio Dino.
Se a denúncia for aceita pelo Supremo Tribunal Federal (STF), Bolsonaro se tornará réu e passará a responder a um processo penal no tribunal.
Também foram denunciados o ex-ministro e ex-vice na chapa de Bolsonaro, o general Braga Netto; e o ex-ajudante de ordens Mauro Cid. Ao todo, são 34 denunciados.
Bolsonaro sabia de plano para matar Lula e concordou
De acordo com a denúncia da PGR, assinada pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, Bolsonaro sabia do plano para matar Lula no fim de 2022 e concordou com a trama.
“Os membros da organização criminosa estruturaram, no âmbito do Palácio do Planalto, plano de ataque às instituições, com vistas à derrocada do sistema de funcionamento dos Poderes e da ordem democrática, que recebeu o sinistro nome de “Punhal Verde Amarelo”. O plano foi arquitetado e levado ao conhecimento do Presidente da República, que a ele anuiu , ao tempo em que era divulgado relatório em que o Ministério da Defesa se via na contingência de reconhecer a inexistência de detecção de fraude nas eleições”, escreveu o procurador-geral.