A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) falou nesta quintai-feira, 3, por telefone à CNN e comentou sobre a operação da Polícia Federal realizada nesta quarta (2), contra ela e o hacker Walter Delgatti, que foi preso. O passaporte de Zambelli foi apreendido e seu sigilo bancário, quebrado.
A deputada disse que a operação da PF não fará com que ela faça revelações sobre o ex-presidente Bolsonaro. Ela afirmou:
“Se a intenção é que eu entregue o Bolsonaro, que fique claro que não vou entregar Bolsonaro porque não há o que entregar contra ele”.
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Ela também falou sobre a única vez que Bolsonaro encontrou com Delgatti, por intermédio dela:
“Eles se encontraram no Planalto e o presidente perguntou se o sistema eletrônico era confiável. Ele respondeu que qualquer sistema eletrônico é fraudável. Então, ele pediu pra tirar uma foto com o presidente, que disse que seria melhor em uma outra ocasião”.
Delgatti e Zambelli são suspeitos de terem cometido uma invasão ao sistema do Poder Judiciário, entre 4 e 6 de janeiro deste ano: Nessas datas, teriam sido inseridos no sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e, possivelmente, de outros tribunais pelo país, 11 alvarás de soltura de indivíduos presos por motivos diversos, além de um mandado de prisão falso contra o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).
Segundo depoimento de Delgatti, prestado à PF em junho, Zambelli o teria procurado visando acessar o e-mail ou telefone celular de Moraes. O hacker se tornou conhecido pelo vazamento de conversas sigilosas de membros da Operação Lava Jato, no escândalo conhecido como Vaza Jato.
Na entrevista, ela também afirmou:
“Vou ficar brincando com Alexandre de Moraes? Eu tenho muito a perder. Filho, marido, pai, mãe. Tenho muito a perder para ficar brincando com o Alexandre de Moraes”.
A investigação da PF aponta que Delgatti foi pago por assessores da deputada, supostamente pela invasão. Zambelli afirmou ontem que ele recebeu pela confecção de um site.