O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu nesta quinta-feira (22/5) manter a prisão preventiva do general da reserva Walter Braga Netto, acusado de envolvimento na articulação de um plano para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A decisão foi tomada após parecer favorável da Procuradoria-Geral da República (PGR), que avaliou que a soltura do militar poderia comprometer o andamento da investigação.
Braga Netto, que foi candidato a vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro em 2022, está preso desde dezembro do ano passado. Ele é um dos réus do chamado “núcleo político-militar” da suposta tentativa de golpe, grupo que inclui também o ex-presidente Bolsonaro e o general Augusto Heleno.
Na decisão, Moraes citou o depoimento recente do ex-comandante da Aeronáutica, brigadeiro Baptista Júnior, que relatou ter sofrido ameaças após se recusar a aderir ao plano golpista. Segundo ele, as pressões partiram de militares que estariam agindo sob orientação de Braga Netto. O ex-comandante afirmou ainda que precisou desativar suas redes sociais diante da intensidade das ameaças.
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Além das denúncias de intimidação, a Polícia Federal identificou que Braga Netto teria tentado acessar ilegalmente informações sigilosas da delação de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o que reforça a suspeita de tentativa de obstrução das investigações.
A defesa do general nega qualquer envolvimento em atos antidemocráticos ou tentativa de interferir na investigação. Mesmo assim, o STF considerou que há elementos suficientes para justificar a manutenção da prisão, principalmente pela possibilidade de interferência nas provas e coação de testemunhas.