O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes votou nesta sexta-feira (21/03) pela condenação da cabeleireira Débora Rodrigues dos Santos, de 38 anos, a 14 anos de prisão. A mulher foi flagrada pichando a frase “perdeu, mané” na estátua da Justiça, em frente ao STF, durante os atos antidemocráticos do 8 de Janeiro.
A decisão de Moraes estabelece que Débora cumpra 12 anos e 6 meses em regime fechado e mais 1 ano e 6 meses de detenção, que deve ser cumprido em regime semiaberto ou aberto. O voto do relator pede a condenação da ré por todos os crimes imputados pela PGR (Procuradoria-Geral da República), que também são atribuídos ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e a outros 33 acusados de tentativa de golpe de Estado em 2022.
Entre os crimes pelos quais Débora Rodrigues dos Santos está sendo julgada estão:
- Associação criminosa armada;
- Abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
- Golpe de Estado;
- Dano qualificado pela violência e grave ameaça, com emprego de substância inflamável, contra o patrimônio da União e com considerável prejuízo para a vítima;
- Deterioração de patrimônio tombado.
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Julgamento em andamento
Débora se tornou ré em 9 de agosto de 2024, quando a 1ª Turma do STF aceitou, por unanimidade, a denúncia contra ela. Agora, o mesmo colegiado, composto por Alexandre de Moraes, Flávio Dino, Cristiano Zanin, Cármen Lúcia e Luiz Fux, analisa sua condenação, com previsão de decisão até a próxima sexta-feira (28/03).
A cabeleireira está presa preventivamente desde 17 de março de 2023, por ordem de Moraes. Mãe de dois filhos, ela foi detida pela PF (Polícia Federal) na 8ª fase da operação Lesa Pátria, que investiga participantes dos ataques golpistas em Brasília.
O que aconteceu no 8 de Janeiro
Os atos extremistas do 8 de Janeiro de 2023 resultaram na depredação das sedes dos Três Poderes em Brasília. Durante os ataques, Débora foi fotografada pichando a estátua da Justiça, localizada em frente ao STF.

Segundo sua defesa, a ré usou apenas um batom para escrever a frase “perdeu, mané”, que faz referência a uma declaração do ministro Roberto Barroso, dada em 15 de novembro de 2022, após a derrota de Jair Bolsonaro para Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições presidenciais.