A polêmica em torno das notícias falsas sobre uma suposta regra de monitoramento do Pix tornou-se o principal destaque negativo associado ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Segundo uma pesquisa Genial/Quaest, divulgada nesta segunda-feira (27/01), esse tema lidera as críticas populares. O levantamento destacou que 11% dos brasileiros citaram a regulação do Pix como o principal motivo de insatisfação.
Conforme o levantamento, 43% dos brasileiros afirmaram que estão vendo mais noticia negativas sobre o governo Lula, enquanto 28% têm visto mais positivas. Os dados mostram, ainda, que 25% não têm visto notícias e 4% não souberam responder.
Ranking das Críticas ao governo Lula
Entre as respostas espontâneas, a regulação do Pix aparece como a mais citada, seguida de outros pontos críticos:
- Regulação do Pix: 11%
- Não faz o que promete/Corrução: 3%
- Aumento de preços/Inflação: 2%
- Aumento dos impostos: 2%
- Aumento dos combustíveis/Gasolina: 1%
- Declarações sobre Sergio Moro e PCC: 1%
- Falhas no Bolsa Família/Auxílio Reclusão: 1%
- Postura negativa do presidente: 1%
- Legalização do aborto: 1%
- Economia/Juros/Empréstimos: 1%
- Desmatamento/Meio ambiente: 0%
- Viagens excessivas do presidente: 1%
- Outras críticas: 29%
- Não ouviu nenhuma notícia negativa: 28%
- Não sabe/Não respondeu: 17%
Saiba mais:
- Pix: Governo federal gastará até R$ 50 milhões em campanha para esclarecer regras
- Nikolas Ferreira ironiza revogação de monitoramento do Pix
Regulamentação do Pix
O tema ganhou destaque devido às especulações infundadas que circularam nas redes sociais e aplicativos de mensagem. A narrativa foi amplamente compartilhada, gerando confusão sobre as diretrizes do Banco Central e a postura do governo em relação ao sistema de pagamentos instantâneos.
Para aliviar os impactos da crise, o governo federal quer reverter o quadro para trazer explicações sobre as regras impostas ao Pix e deve investir até R$ 50 milhões na campanha, demonstrando a urgência em reverter a percepção negativa.
A Secretaria de Comunicação (Secom) contratou quatro agências de publicidade, que apresentaram nesta segunda-feira (20/01), suas propostas para uma campanha institucional no Palácio do Planalto. A iniciativa, solicitada na sexta-feira às 18h30, visa esclarecer à população que não haverá mudanças no sistema de pagamentos instantâneos e combater as fake news que surgiram sobre o tema.
Nesta segunda-feira, segundo revelou o jornal O Globo, haverá uma reunião entre integrantes do Palácio do Planalto com as quatro agências que atuam para o governo federal: Calia, Nacional, Propeg e Nova.
O briefing para as agências Calia, Nacional, Propeg e Nova inclui a necessidade de comunicar as regras da Medida Provisória (MP) editada na quinta-feira anterior e tranquilizar os cidadãos quanto à segurança e estabilidade do Pix.
Na última semana, a Secom havia decidido não utilizar uma campanha digital previamente encomendada para conter a crise. Essa campanha, que incluía peças da Calia, tinha como objetivo desmentir a falsa informação de que o Pix seria taxado, utilizando personagens como uma manicure e um vendedor de sorvetes. Contudo, a situação se complicou com a desconfiança em relação à fiscalização da Receita Federal e o recuo do governo, levando à necessidade de uma nova abordagem.
Diante desse cenário, a Secretaria de Comunicação optou por uma nova encomenda às agências, reconhecendo que a questão da taxação não era o único fator gerador de confusão. A nova campanha busca, portanto, abordar de forma mais abrangente as preocupações da população e restaurar a confiança no sistema de pagamentos.
Vídeo do Nikolas sobre o Pix
Protagonista do vídeo sobre o Pix que viralizou nas redes nesta semana, o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) fez um vídeo com a frase “o Pix está unindo o povo” de Nikolas Ferreira publicado na terça-feira (14/01), viralizou nas redes sociais nas últimas 24 horas. O nome do deputado ficou entre os assuntos mais comentados do X (antigo Twitter) e também aparece na lista dos temas mais buscados no Google Trends.
Durante o vídeo, o deputado federal Nikolas Ferreira disse com todas as letras que “o Pix não vai ser taxado”. Entretanto, ele fala também que o monitoramento abriria margem para que ocorresse uma cobrança no futuro. E é esse ponto que o governo federal tem apontado como uma notícia falsa.
“Não, o Pix não será taxado, mas não duvido que possa ser”, diz Nikolas na gravação.