“A próxima pandemia pode vir de qualquer lugar”. Essa é a mensagem de alerta da Cúpula Global de Preparação para Pandemias, evento internacional que reuniu especialistas de várias partes do mundo no Rio de Janeiro, nesta segunda-feira (29/07). O encontro funciona como uma troca de experiências sobre enfrentamento de doenças que podem ser alastrar, como a Covid-19, que deixou mais de 7 milhões de mortos no planeta.
A ministra da Saúde, Nísia Trindade, garantiu que o Brasil é capaz de participar da Missão 100 Dias, união de esforços para desenvolver, produzir e distribuir vacinas e tratamentos mundialmente dentro de pouco mais de três meses.
Esse prazo representa um terço do tempo que levou para ser criada uma vacina contra a Covid-19 e que poderá interromper uma nova pandemia ainda no início, poupando vidas.
“Sem dúvida o Brasil tem condições de adotar esse objetivo. O Brasil é parte desse esforço e nós retomamos uma agenda que as instituições de pesquisas científicas levantaram com muita força”, disse a ministra.
Segundo ela, o Brasil, que enfrentou adversidades durante a pandemia de Covid-19 e acumulou mais de 700 mil mortes, tem no atual governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) bases na ciência, tecnologia e esforços industriais que abrangem a área da saúde.
Nísia Trindade citou o Complexo Econômico Industrial da Saúde – conjunto de investimentos que incentivam a produção de medicamentos, insumos e vacinas, parte da Nova Indústria Brasil, política industrial do governo federal.
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Para a ministra, o preparo do país para o enfrentamento de futuras pandemias deve ser visto como política de Estado, e não apenas de governo.
Nísia frisou a importância da troca de experiência e conhecimento entre países e defendeu ainda que o esforço seja com equidade, dando “acesso e desenvolvimento da produção local [de vacinas e tratamentos] não só no Brasil, mas nos países em desenvolvimento, em um esforço organizado”.
Nísia entende que é preciso protagonismo do Sul Global (conjunto de países emergentes). “Não é possível pensar em proteção de forma equitativa sem a participação dos nossos países”, afirmou.
A presidente da Coalizão para Inovações em Preparação para Epidemias (Cepi), Jane Halton, explicou que a Missão dos 100 Dias não é apenas uma questão de velocidade na resposta. Inclui também equidade na disponibilização dos recursos.
“É sobre proteger todas as pessoas de novas doenças antes que tenham as vidas delas e de familiares destruídas”, disse Jane.
*Com informações da Agência Brasil