A bancada do Partido dos Trabalhadores (PT) anunciou, nesta quinta-feira (28/03), que irá participar de manifestações e eventos em memória dos 60 anos do golpe militar no Brasil —ao contrário do governo federal, que segue a determinação do presidente Lula para não realizar atos específicos para a data. Em nota, a bancada afirma que relembrar a ditadura é “crucial” para evitar retrocessos.
“Passados 60 anos do golpe militar de 1964, é imperativo recordar e repudiar veementemente esse triste capítulo da história brasileira, em nome da justiça, da memória e da verdade”, inicia o texto assinado pelo deputado federal Odair Cunha (MG), líder do partido na Casa.
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A postura do partido vai na contramão da orientação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no âmbito do governo federal, de evitar eventos relacionados ao tema. A expectativa é de que a data passe em branco a fim de prevenir eventuais rusgas com militares e reforçar o clima de “volta à normalidade”.
Em uma entrevista, no final de fevereiro, o chefe do Executivo afirmou que não quer “ficar remoendo” o passado ao falar do golpe militar. A declaração foi criticada por ativistas dos direitos humanos.