O Supremo Tribunal Federal (STF) revogou nesta sexta-feira (13/6) o pedido de prisão do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A ordem de prisão havia sido emitida pela Corte no mesmo dia, mas foi cancelada logo em seguida.
De acordo com a defesa de Mauro Cid, o militar estava sendo conduzido para o Batalhão do Exército, onde cumpriria a prisão, quando a revogação foi comunicada. Assim, segundo o advogado Cesar Bittencourt, Cid não chegou a ser preso de fato, pois a decisão foi revertida antes do cumprimento total da ordem.
A determinação de prisão se relacionava ao inquérito que apura a suposta tentativa do ex-ministro do Turismo, Gilson Machado, de ajudar Mauro Cid a obter um passaporte português. A Polícia Federal (PF) entendeu que essa solicitação poderia indicar uma tentativa de fuga do país, o que, segundo os investigadores, poderia obstruir as apurações sobre a trama golpista investigada atualmente pelo STF.

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Gilson Machado foi preso nesta sexta (13/06) em sua residência, em Recife, no âmbito dessa mesma investigação. Já Mauro Cid confirmou ao STF que fez o pedido de cidadania portuguesa em 11 de janeiro de 2023, apenas três dias após os atos golpistas de 8 de janeiro. Entretanto, ele afirma desconhecer qualquer ação de Machado para viabilizar a concessão do passaporte português.
A defesa reforçou que o pedido de cidadania foi motivado, segundo Cid, pelo fato de sua esposa e suas filhas já possuírem a nacionalidade portuguesa, o que, de acordo com Bittencourt, justificaria a solicitação “única e exclusivamente” por questões familiares.
Apesar do revés na prisão, Mauro Cid deve prestar depoimento à Polícia Federal ainda na manhã desta sexta-feira.
*Com informações de CNN e UOL