O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) é ouvido em interrogatório feito pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) nesta terça-feira (10/6), no processo penal que investiga uma tentativa de golpe de Estado.
Bolsonaro negou ter incentivado as manifestações antidemocráticas ocorridas em Brasília, no 8 de janeiro de 2023 e chamou de “malucos aqueles que perdem intervenção militar e um novo AI-5 no Brasil.
“Tem os malucos que ficam com essa ideia de AI-5, de intervenção militar das Forças Armadas… que os chefes das Forças Armadas jamais iam embarcar nessa só porque o pessoal estava pedindo ali”, disse o ex-presidente ao Ministro do STF Alexandre de Moraes, relator do julgamento.
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Quando questionado sobre se manifestar contra o resultado das eleições, Bolsonaro afirmou que “se almejasse um caos no Brasil, era só ficar quieto”. O ex-presidente continuou:
“Nós repudiamos tudo isso aí. Com todo respeito, doutor Paulo Gonet, não procede que eu colaborei com o 8 de janeiro. Não tem nada meu ali, estimulando aquela baderna que nós repudiamos”.
Bolsonaro ainda destacou que lembrou que, antes de viajar para os Estado Unidos, fez uma transmissão em suas redes sociais pedindo que não houvesse conflitos e que se manteve recluso após o resultado das eleições.
Após as eleições de 2022, os apoiadores de Bolsonaro foram às ruas pedir por intervenção militar convocando o AI-5, tendo Bolsonaro à frente do governo.
O AI-5 (Ato Institucional nº 5) foi um decreto que entrou em vigor em 13 de dezembro de 1968 durante a ditadura militar no Brasil. O AI-5 foi o ato mais duro implementado pelo governo militar. Este instrumento legal suspendeu direitos constitucionais, permitindo ao governo centralizar poderes e reprimir aqueles que eram contra o governo.