O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decidiu expulsar a embaixadora da Nicarágua no Brasil, Fulvia Patrícia Castro Matus, em resposta à ação do presidente nicaraguense, Daniel Ortega. No dia anterior, o governo da Nicarágua determinou a expulsão do embaixador brasileiro, Breno de Souza Brasil Dias da Costa, do país.
O Brasil segue assim o princípio diplomática da reciprocidade.
A decisão do governo nicaraguense se deveu à ausência do representante brasileiro no evento comemorativo dos 45 anos da Revolução Sandinista. Segundo a imprensa local, a recusa desagradou a presidência do país.
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Segundo o Itamaraty, Breno da Costa deixará a Nicarágua ainda nesta quinta. A embaixada da Nicarágua em Brasília disse à TV Globo que Fulvia Matus deixou o Brasil nesta madrugada.
Ainda de acordo com o Itamaraty, o embaixador não foi ao evento por conta do congelamento das relações diplomáticas entre Brasil e Nicarágua. O governo Lula decidiu congelar as relações por um período de um ano em retaliação à prisão de padres e bispos no país. O Brasil pedia que o governo nicaraguense soltasse bispos presos no país desde 2022.
Daniel Ortega é um ex-guerrilheiro e foi eleito para o quarto mandato em 2021, em eleições apontadas pelos Estados Unidos como nem justas nem livres.
Ele também governou o país nos anos 1980, depois que seu partido, a Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN), derrubou em 1979 o ditador Anastasio Somoza. A derrubada de Somoza é conhecida como a Revolução Sandinista. Os sandinistas governaram Nicarágua até 1990, quando foram derrotados na eleição presidencial realizada no país. Daniel Ortega assumiu o país em 2007. Ele é acusado pelos opositores de ser um ditador e de praticar nepotismo.
*com informações do G1.