Nesta quinta-feira (28/03), em evento com o presidente da França, Emanuel Macron, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se manifestou, pela primeira vez, a respeito do processo eleitoral da Venezuela que impediu o registro da candidatura de Corina Yoris, principal candidata opositora de Nicolas Maduro. Lula, na ocasião, afirmou ser “grave” a adversária política do atual presidente da Venezuela ser barrada de disputar as eleições.
Lula afirmou que conversou com Maduro e o teria dito que seria essencial garantir o processo democrático no país, porque é “importante para a Venezuela voltar ao mundo com normalidade”. No entanto, o petista afirmou acreditar que a candidata tenha sido prejudicada.
“Eu fiquei surpreso com a decisão. Primeiro a decisão boa, da candidata que foi proibida de ser candidata pela Justiça [María Corina Machado], indicar uma sucessora [Corina Yoris]. Achei um passo importante. Agora, é grave que a candidata não possa ter sido registrada”, disse.
“Ela não foi proibida pela Justiça. Me parece que ela se dirigiu até o lugar e tentou usar o computador, o local, e não conseguiu entrar. Então foi uma coisa que causou prejuízo a uma candidata”, continuou.
Ao lado de Lula, o presidente francês, Emmanuel Macron, disse concordar com o posicionamento do brasileiro, e que vai tentar convencer Maduro a permitir a participação de candidatos barrados.
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Yoris representa o principal grupo de oposição ao atual presidente venezuelano, Maduro, aliado histórico do presidente da República do Brasil. Ela havia sido escolhida porque a candidata inicial, María Corina Machado, foi inabilitada pela Suprema Corte venezuelana, alinhada a Maduro.
Diante disso, a oposição deve apoiar o nome de Manuel Rosales, que conseguiu se inscrever de última hora no processo eleitoral.
As eleições venezuelanas, agendadas para o dia 28 de julho, estão marcadas por questionamentos e denúncias de perseguição contra opositores do atual regime.