O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reconheceu, nesta terça-feira (27/02), que a manifestação promovida dois dias atrás por seu antecessor, Jair Bolsonaro (PL), na Avenida Paulista, em São Paulo (SP), foi “grande”.
Em entrevista ao jornalista Kennedy Alencar, no programa “É Notícia”, pela RedeTV!, Lula disse que “não é possível negar um fato” − referindo-se ao contingente de apoiadores de Bolsonaro reunidos na capital paulista no último fim de semana.
O mandatário, porém, deixou no ar uma desconfiança sobre as motivações e como tanta gente foi ao evento, e afirmou que o ato foi “em defesa do golpe” − uma alusão à suposta tentativa de golpe de Estado costurada por Bolsonaro e aliados ainda em 2022, objeto de investigação por parte da Polícia Federal.
Leia mais:
Governo deve tirar verba de deputados que assinaram pedido de impeachment contra Lula
“Eles fizeram uma manifestação grande em São Paulo. Mesmo quem não quiser acreditar, é só ver a imagem”, disse Lula na entrevista gravada nesta manhã e que vai ao ar na íntegra à noite. “Como as pessoas chegaram lá, ‘é outros 500′”, complementou, conforme reportou o site UOL.
“Eles todos com muito medo, muito cuidado. […] De qualquer forma, é importante a gente ficar atento, porque essa gente está demonstrando que não está para brincadeira”, pontuou Lula.
Durante a entrevista, ele disse, ainda, que o ato foi um “protesto contra a democracia” e criticou o pedido de anistia feito por Bolsonaro aos presos pelas invasões às sedes dos Três Poderes em 8 de Janeiro.
O ato na Avenida Paulista teria reunido entre 650 mil e 750 mil pessoas, segundo estimativas divulgadas pela Secretaria de Segurança Pública do estado de São Paulo (SSP-SP) – cujo governador, Tarcísio de Freitas (Republicanos), aliado de primeira hora de Bolsonaro, participou da manifestação. Já o Monitor do Debate Político no Meio Digital, da Universidade de São Paulo (USP), estimou um contingente de 185 mil manifestantes.