A insatisfação com o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) atingiu um patamar alarmante entre os executivos do mercado financeiro, conforme revela a pesquisa Genial/Quaest. Dos 105 economistas e gestores de fundos consultados, 90% avaliaram níveis de gestão atual, um aumento significativo em relação aos 64% registrados em março.
O levantamento foi realizado entre 29 de novembro e 3 de dezembro a partir de entrevistas online com gestores, economistas e analistas do mercado financeiro.
A percepção de que a política econômica está na direção errada saltou de 71% para 96% nos últimos nove meses. Além disso, 88% dos entrevistados projetaram uma cobertura do cenário econômico nos próximos meses, destacando o pessimismo crescente entre os profissionais do setor.
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Impacto do Pacote Fiscal
O pacote fiscal anunciado pelo governo Lula não convenceu o mercado. De acordo com a pesquisa, 58% dos executivos consideram medidas “nada satisfatórias”, enquanto 42% avaliam como “pouco satisfatórios”. Apesar das críticas, 88% confirmam que as ações propostas, como o corte de benefícios para militares, são importantes para o cumprimento da regra de gastos.
Por outro lado, medidas como a isenção de imposto de renda para renovação até R$ 5 mil foram amplamente rejeitadas, com 85% dos entrevistados afirmando que a medida prejudicará a economia.
A revelação do pacote fiscal motivou 67% dos executivos a aumentar seus investimentos no exterior. Apenas 30% pretendem manter sua posição atual, enquanto 3% planejam reduzir os transportes fora do país. Além disso, 58% acreditam que o novo arcabouço fiscal carece de renovação, e 71% acreditam que o governo não está comprometido com o equilíbrio fiscal, priorizando a popularidade.
Apenas 3% do setor confia em Lula
O presidente Lula enfrentou uma enorme queda de confiança no setor, apenas 3% afirmam confiar “muito” no petista. E 97% dos executivos dizem confiar “pouco ou nada” no petista, colocando-o no mesmo nível do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira. Em contrapartida, lideranças como Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, e Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo, são os mais confiáveis, com índices de 70% e 69%, respectivamente.