A Presidência da República anunciou a localização de todos os 261 bens do patrimônio do Palácio da Alvorada que haviam desaparecido, que provocaram um embate entre os casais presidenciais de Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL).
A disputa começou durante a transição de governo, quando Lula e a primeira-dama Janja reclamaram das condições da residência oficial e apontaram a ausência de alguns móveis do patrimônio após a mudança de Bolsonaro e sua esposa Michelle. Essa ausência também foi citada como justificativa para a compra de móveis de luxo sem licitação.
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Após a publicação da reportagem que revelou a recuperação dos bens, Bolsonaro reagiu, alegando uma “falsa comunicação de furto”. A Secom, por sua vez, afirmou que a busca pelos móveis revelou um descaso com a manutenção do patrimônio.
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Após meses de trocas de acusações, a ex-primeira-dama Michelle afirmou que o caso do sumiço dos móveis era uma “cortina de fumaça”, destacando que os móveis levados eram de sua propriedade.
“Durante muito tempo esse governo quis atribuir a nós o desaparecimento de móveis do Alvorada, inclusive insinuando que eles teriam sido furtados na nossa gestão. Na verdade, eles sempre souberam que isso era uma mentira, mas queriam uma cortina de fumaça para tirar o foco da notícia de que eles gastariam o dinheiro do povo para comprar móveis novos por puro capricho”, disse Michelle, por meio de nota.
O episódio colocou em evidência a polêmica em torno dos gastos do governo com móveis de luxo para o Palácio da Alvorada, sem licitação, enquanto parte do patrimônio original estava desaparecida.
Os gastos mais altos foram com o sofá com mecanismo elétrico (reclinável para a cabeça e os pés), que custou R$ 65,1 mil e com uma cama de R$ 42,3 mil.
A recuperação dos bens foi finalizada após um levantamento detalhado realizado pela Comissão de Inventário Anual da Presidência da República.
*Com informações da Folha de S. Paulo