Diante de críticas recentes feitas por líderes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), o governo federal está considerando a possibilidade de divulgar novas metas para o plano de reforma agrária até março do próximo ano. De acordo com a CNN Brasil, a discussão gira em torno da ampliação do número de assentamentos, visando atenuar os atritos recentes entre o governo e líderes do movimento.
Parte relevante da base histórica do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o MST elevou a tensão ao protagonizar novas invasões de terras ainda nos primeiros meses do novo mandato. No início desta semana, o líder sem-terra João Pedro Stédile reacendeu a polêmica, ao divulgar um vídeo no qual afirma que 2023 foi “o pior ano de todos os 40 do MST” em número de famílias assentadas.
Recebida com incômodo pelo governo, a fala foi entendida como uma cobrança para que sejam dadas “garantias” de que a agenda sem-terra terá atenção em 2024.
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Em resposta, o ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, declarou que espera superar, no próximo ano, o número de 7.200 famílias assentadas em 2023. Além disso, nos últimos doze meses, o ministro destacou que foram regularizadas as condições de 40 mil famílias em assentamentos já existentes.
Apesar das queixas e das invasões protagonizadas pelo MST, o governo vem há meses evitando entrar em confronto com o movimento. O discurso adotado pelo Planalto costuma ser apaziguador, na esperança de evitar qualquer tipo de deterioração da base de apoio ao presidente. Nos bastidores, entretanto, o argumento do Planalto é de que qualquer esforço de retomada da reforma agrária esbarra em limitações orçamentárias e na agenda prioritária para reduzir o aperto fiscal.
Para aumentar o número de assentamentos no ano que vem, o governo trabalha principalmente com a ideia de aproveitar terras que já pertencem ao Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) para realizar os assentamentos.
*com informações da CNN Brasil.