Os deputados Dr. George Lins (União Brasil) e Wilker Barreto (Cidadania) trocaram insultos na sessão de quarta-feira, (21), da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam). Lins acusou Barreto de constranger os membros da Comissão de Saúde e Previdência, que ambos integram, “jogando-os contra a opinião pública” e de utilizar as fiscalizações nos hospitais públicos para fazer “palanque político”.
“Eu não preciso trazer para o telão [do plenário da ALE] a desgraça, as dificuldades e problemas do que acontece na Saúde. Eu não quero me utilizar disso para fazer um palanque político para mim […] Imagina chegar em um hospital e aquelas pessoas [doentes] terem seu direito de se preservarem e momento para se tratarem sendo violado por alguém que chega com mídia, câmera e fotógrafo para fazer o escarcéu. Para fazer disso uma notícia para levar para a tribuna e de alguma forma ter algum aproveitamento político”, disse George Lins.
As críticas foram em resposta ao pronunciamento de Wilker Barreto, mais cedo, na ALE-AM, em que afirmou estar sendo cerceado no exercício do mandato. O deputado de oposição reclamou da demora da comissão em assinar e votar um requerimento dele que solicita autorização para ‘visitação ou função de fiscalizar’ as unidades de saúde do Governo do Amazonas.
“O deputado Wilker tem a forma dele de fiscalizar e eu respeito. Ele tem que respeitar a minha forma de fiscalizar. Toda vez que vossa excelência ocupa essa tribuna para nos constranger, nós médicos que conhecemos de fato o que acontece na Saúde, comete um equívoco. Eu diria que é até de forma desrespeitosa, a forma como se reporta a mim e aos demais membros da Comissão de Saúde”, afirmou Lins.
Vice-presidente da Comissão de Saúde, George Lins disse que o requerimento [nº 167/2023], de Wilker Barreto, que é um dos membros titulares do órgão temático, é desnecessário por ser redundante. Ele argumentou que a prerrogativa de fiscalizar é inerente ao cargo de deputado.
“Em nenhum momento minha prerrogativa de fiscalizador está sendo violada. Em nenhum momento eu tive qualquer impedimento para realizar uma fiscalização seja qual for a instituição de saúde do Estado, porque na minha concepção existem formas e formas de você fiscalizar”, declarou o parlamentar do União Brasil.
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Lins afirmou que não assinaria o requerimento de Barreto, mas sugeriu que a presidente da comissão, a deputada Dra. Mayara Pinheiro (Republicanos), colocasse o documento em pauta para votação para resolver de vez o impasse, que já dura mais de quatro meses.
“Vossa excelência fala que não tem dificuldade de fiscalizar [hospitais], mas eu tenho porque sou oposição. Eu não sou base de governo e o meu olhar de fiscalizar é bem diferente do vosso”, disse Wilker Barreto.
Incomodado, George Lins afirmou que um deputado estadual não pode fiscalizar um órgão sem antes avisar a gestão do local. “Isso é educação, a educação que vem do berço. A forma como você faz política é o que o torna um deputado de expressão”, cutucou.