Ex-deputado federal e dirigente do PC do B, Eron Bezerra afirmou, em entrevista à rádio e TV Onda Digital nesta segunda-feira (2), que a defesa de novas matrizes econômicas para o Amazonas será a principal proposta de governo nas eleições de 2026, quando deverá disputar o comando do Executivo estadual.
“Essa é a razão pela qual serei candidato a governador daqui a 4 anos. Estou de saco cheio daqueles que ficam reclamando sem buscar alternativas“, criticou. O ex-titular da Secretaria de Estado da Produção Rural (Sepror) defendeu que é viável incentivar a implementação de novos vetores econômicos e a manutenção do modelo ZFM.
“Precisamos criar agroindústria e redes de manejo sustentável, com madeira de lei aprovada por órgão ambientais para exportar. Por que não agregamos valor à matéria-prima? É isso que chamamos de matriz econômica alternativa. Agregar logística de transporte que permitisse que as empresas tivessem competitividade, reduzindo os impactos financeiros. Não podemos ficar à mercê do humor dos governantes“.
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Eron comentou o “cabo de guerra” entre governo federal, empresários e políticos amazonenses em torno do decreto que reduz o Imposto sobre Produtos Importados (IPI) e que reduz a alíquota do tributo no polo de concentrados, única atividade no âmbito do Polo Industrial de Manaus (PIM) desenvolvida no interior do estado.
“Agora não é hora de matar a criança. Os presidentes anteriores cuidaram de prorrogar o modelo e manter as vantagens comparativas. O atual presidente não prorrogou e está reduzindo a competitividade“, disse.
Eron avalia que, caso sejam efetivadas, as medidas do governo federal devem intensificar a violência na capital causada pela fuga de empresas e desemprego em massa. E reafirmou que a defesa da democracia, a revogação da reforma trabalhista (apontada como origem da precarização dos empregos) e a revalorização do salário mínimo são as principais pautas defendidas pela esquerda na disputa deste ano.
“Se tivermos a consolidação desse golpe, você não tem noção do tamanho da encrenca que nos espera. A ZFM tem natureza geopolítica e, além da questão econômica, tem o objetivo de adensar a economia e a população numa região estratégica, com 20% de água doce do planeta e biodiversidade, e nos proteger da cobiça internacional”.