Reforma Tributária: Eduardo Braga entrega primeira versão de texto e nova etapa entra em debate no dia 17

Relatório de Eduardo Braga sobre projeto que cria Comitê Gestor do IBS será analisado na CCJJ do Senado no dia 17, promete Otto Alencar. (Senado Federal)
O presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado Federal, Otto Alencar (PSD/BA), marcou para a próxima quarta-feira (17/9) o primeiro debate sobre o projeto de Lei Complementar 108/2024, que cria o Comitê Gestor do Imposto Sobre Bens e Serviços, órgão especial que será responsável por coordenar o IBS, tributo que foi criado na Reforma Tributária e unificará os atuais ICMS (estadual) e ISS (municipal)
O PLP 108 foi relatado pelo senador Eduardo Braga (MDB), que entregou nesta quarta-feira (10/9) a primeira versão da matéria. O texto de Braga também altera a primeira parte da regulamentação da reforma tributária (Lei Complementar 214, de 2024). Prevê, por exemplo, que taxistas e fretistas serão isentos de IBS e que o Imposto Seletivo será maior na medida em que uma bebida tiver mais açúcar. Segundo Braga, as mudanças são para corrigir distorções e esclarecer dúvidas.
Braga se comprometeu a atender os senadores durante a semana para eventuais alterações no relatório. Atualmente, o documento acata 96 das 379 emendas já apresentadas. Ele pediu que os senadores enviem sugestões até a terça-feira (16) e afirmou que as discussões não devem retomar o que já foi superado na aprovação da Lei Complementar 214. Na ocasião, setores da economia buscaram tratamentos mais vantajosos para si na cobrança dos novos impostos, por exemplo.
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“Peço que as emendas parem de ser apresentadas na terça-feira, porque senão eu não terei tempo. Nós estamos agora tratando de matérias que têm repercussão técnica, portanto teremos que ouvir os especialistas para que não cometamos nenhum tipo de equívoco”, pediu Braga.
Se o texto for aprovado no Senado, volta à Câmara dos Deputados em razão de Braga ter apresentado um texto alternativo (substitutivo).
Os membros do Conselho Superior que conduzirá o Comitê Gestor passam a ter regras mais rígidas para se manterem no cargo, após as alterações de Braga. Caso sejam condenados a prisão ou por improbidade administrativa ou demitidos, por exemplo, perderão o cargo.
O relator também resolve temporariamente o embate entre duas associações de municípios que impediu a criação temporária do Comitê Gestor em 2025. Para isso, neste ano a Frente Nacional de Prefeitas e Prefeitos concorrerá a 13 vagas de representantes dos municípios no Conselho Superior. Já a Confederação Nacional de Municípios será responsável por 14 vagas.
O Comitê Gestor será um órgão sem subordinação hierárquica a qualquer outro órgão do poder público, composto por representantes dos estados e municípios. Será responsável por arrecadar o IBS e distribuir o que for arrecadado entre os entes federados.
