Eduardo Bolsonaro diz que a prisão do pai não afeta relações Brasil-EUA, mas desgasta a imagem do STF

Em entrevista concedida a CNN Brasil neste sábado (22/11), o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL) afirmou que a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro não deve impactar as negociações comerciais entre Brasil e Estados Unidos, especialmente as tarifas impostas pelo governo de Donald Trump. O filho do ex-presidente destacou que a decisão do republicano de reduzir a sobretaxa de 40% sobre a exportação de produtos agrícolas “não foi uma vitória exclusiva do Brasil”, mas parte de um acordo mais amplo.

“No âmbito das tarifas, eu acho que a prisão do Bolsonaro não irá influir, mas, certamente, no jogo político os bastidores começam a esquentar”, disse o parlamentar. Eduardo também avaliou que a imagem do Supremo Tribunal Federal (STF) está sendo desgastada no exterior.

Na última quinta-feira (20/11), Trump anunciou a redução das sobretaxas aplicadas a alguns produtos brasileiros. Segundo ele, a medida foi tomada após consultas técnicas e conversas diretas com o governo brasileiro, incluindo diálogos com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). As isenções serão retroativas a 13 de novembro e preveem reembolso conforme a legislação norte-americana.

A fala do deputado ocorre após a prisão preventiva de Jair Bolsonaro, determinada pelo ministro Alexandre de Moraes. O ex-presidente foi detido em casa, no condomínio Solar de Brasília, por volta das 6h deste sábado. Moraes justificou a decisão afirmando que Bolsonaro teria violado as regras da prisão domiciliar. Segundo o ministro, a vigília convocada pelo senador Flávio Bolsonaro em frente ao condomínio era uma forma de gerar tumulto e facilitar uma possível fuga.

Leia mais

Wilson Lima classifica prisão de Jair Bolsonaro como “desproporcional e desnecessária”

Michelle Bolsonaro publica versículo bíblico após prisão de Jair Bolsonaro

Relatórios do Centro de Integração de Monitoração Integrada do Distrito Federal apontam ainda que Bolsonaro tentou romper a tornozeleira eletrônica pouco depois da meia-noite.

A prisão atual não está relacionada à pena de 27 anos e 3 meses definida no caso da tentativa de golpe. Bolsonaro poderá permanecer preso na Polícia Federal até segunda-feira (24/11), prazo final para recursos dessa condenação.

A defesa do ex-presidente classificou a decisão como “perplexa” e disse que recorrerá. Os advogados também tentaram reverter o regime fechado da pena do golpe para prisão domiciliar, mas o pedido foi negado por Moraes. Em nota, afirmaram que Bolsonaro foi preso em casa, monitorado e com o dispositivo eletrônico funcionando, além de alegarem que o quadro de saúde dele exige cuidados especiais.

*Com informações da CNN.