A renomada empresa de venda de passagens e pacotes aéreos, 123 Milhas, está sob intensa investigação após um cancelamento em massa de passagens e pacotes promocionais que deixou seus clientes desapontados e surpresos. A situação levantou questionamentos sobre a sustentabilidade do modelo de negócios da empresa e aumentou as preocupações sobre possíveis impactos em outras empresas do setor.
Em meio à turbulência enfrentada pela 123 Milhas, os proprietários da empresa, Augusto e Ramiro Madureira, foram convocados, na condição de testemunhas, a depor na Comissão Parlamentar de Inquerito – CPI das Pirâmides Financeiras – na Câmara dos Deputados, nesta terça feira (29) mas entraram com um habeas corpus no Superior Tribunal Federal, com o argumento de que não foram convidado pela comissão, e que ficaram sabendo do convite por meio das notícias vinculadas nas redes sociais.
O fato de não conseguirem emitir passagens aéreas para Brasília chega a ser irônico. Seus advogados dizem que é notório a condição deles de investigados, já que a CPI tem a finalidade de investigar índicios de operações fraudulentas na gestão de diversas empresas de serviços financeiros que prometem gerar patrimônio por meio de gestão de criptomoedas.
A ministra Carmen Lúcia, do STF, negou o HC para que fosse tornada facultativa a presença deles na CPI, assegurando o silêncio, e a não produção de provas contra os próprios. Já que suas operações são legais, por que não compareceram à essa comissão para prestar os devidos esclarecimentos, inclusive para seus clientes, que investiram num sonho e agora vivem um pesadelo. A ausência dos proprietários na CPI tem gerado ainda mais questionamentos sobre as práticas da empresa e sua transparência.
Os depoimentos dos proprietários eram aguardados com expectativa, pois podiam oferecer esclarecimentos sobre as práticas comerciais da empresa, suas perspectivas futuras e suas respostas às acusações de operações semelhantes a pirâmides financeiras. Enquanto isso, consumidores e analistas do setor permanecem atentos aos desdobramentos dessa situação, considerando seus possíveis efeitos no mercado de viagens e turismo como um todo.
Quando há indício de algo errado, esse parlamento tem por dever convocar as pessoas para prestarem esclarecimentos, destaca o presidente da comissão, deputado Aureo Ribeiro (Solidariedade-RJ). Segundo ele, milhas também se configuram como moedas digitais. E por isso é tão importante a oitiva dos depoentes.
Foi marcada uma nova audiência para amanhã, quarta-feira (30) na expectativa de ouvir o que os donos da 123 Milhas tem a dizer ao parlamento e a seus clientes lesados.
“É obrigação desses senhores comparecer a essa comissão para prestar escalrecimentos. Esses cleintes tem o direito de ouvir os donos da empresa.” ressalta o relator da CPI, deputado Ricardo Silva (PSD-SP).
Os membros da CPI das pirâmides financeiras agurdam anciosos por esse momento. Caso não compareçam, terão condução coercitiva expedida. Aí a polícia irá busca-los em casa.