O presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT), o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, e o comandante do Exército, general Tomás Ribeiro Paiva, participaram, nesta quarta-feira (19), das comemorações pelo Dia do Exército, em Brasília, e destacou-se a Ordem do Dia lida por Paiva que faz uma “profissão de fé” dos militares na Democracia.
Na cerimônia, Tomás Paiva afirmou que a Força Armada é “apolítica, apartidária, imparcial e coesa” e pediu aos militares que tenham “fé nos princípios democráticos”.
A declaração faz parte da Ordem do Dia, uma espécie de discurso em comemoração aos 375 anos da instituição. O texto foi lido pelo comandante na solenidade militar desta manhã, em homenagem à data no Quartel-General, em Brasília.
O evento protocolar, que ocorre todos os anos, visa empoderar os feitos do Exército Brasileiro e exaltar seus pares. Na cerimônia, além de homenagens, há demonstrações e desfiles.
Na declaração, Paiva frisou que o Exército precisa permanecer sem lado político:
“O Exército imortal de Caxias, instituição de Estado, apolítica, apartidária, imparcial e coesa, integrada à sociedade e em permanente estado de prontidão, completa 375 anos de história. Sua existência está alicerçada em valores e tradições, bem como comprometida com a defesa da Pátria, da independência, da República e da democracia”, declarou Paiva.
“Tenhamos fé nos princípios democráticos, na resiliência e solidariedade do povo brasileiro e no valor profissional dos nossos militares, herdeiros dos heróis de Guararapes e fiéis guardiões de nossa soberania”, prosseguiu.
No mesmo local onde há menos seis meses estavam instalados manifestantes bolsonaristas pedindo aos militares um golpe de Estado, Lula participa da comemoração com todo o Alto Comando da Força Armada mais importante. A presença do presidente traduz a vontade do governo em se aproximar dos militares, apesar da instabilidade atravessada na relação de Lula com as Forças Armadas.
O 8 de janeiro também intensificou essa relação, uma vez que o Quartel-General foi o local escolhido por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro(PL) para se instalarem durante meses e, por certo tempo, houve uma certa complacência da força.