Como venho escrevendo, o processo eleitoral de 2026 vem sendo antecipado sistematicamente. Prova disso é que, até o final deste mês, teremos a oficialização de duas pré-candidaturas ao governo. Nesta terça-feira, 22/4, a professora Maria do Carmo Seffair foi anunciada como a escolhida pelo PL, e no próximo dia 25 será a vez de Omar Aziz se lançar pré-candidato ao governo do Amazonas.
Maria do Carmo tem uma série de desafios políticos a enfrentar para conseguir chegar ao segundo turno e vencer a eleição; os principais a elencar agora são:
- Até este momento, Maria do Carmo não tem ninguém realmente relevante no meio político ou com história política cuidando da sua pré-campanha no âmbito da estratégia. Esse é um problema central, pois, sem um estrategista ou um grupo que pense essa área, é como aquela conhecida citação do clássico Alice no País das Maravilhas: “se você não sabe para onde vai, qualquer caminho serve”.
- Qual é o grupo político de Maria do Carmo? Esse é outro grande problema. Política é grupo, e todos os seus adversários têm grupo. A pré-candidata do PL não demonstra ter relação com os outros quadros da direita até aqui, como, por exemplo, os três deputados estaduais da sigla. Quem deve buscar construir essa relação é Maria, que acaba de chegar ao partido, e não o contrário.
- Maria é completamente desconhecida no interior, e, em muitos municípios, sua rejeição é assustadora, a ponto de se tornar necessário um estudo mais aprofundado sobre isso, sobretudo com pesquisas qualitativas. Se isso não for tratado, pode ser um grande problema em 2026.
- Alfredo Nascimento tem como prioridade se eleger deputado federal. Maria do Carmo jamais será sua prioridade, e estar no PL não garante ninguém no segundo turno, como afirmou o ex-senador nesta terça-feira (22/04). Isso é uma completa ilusão e traz uma “segurança” completamente equivocada quanto ao cenário político.
- Para encerrar essa primeira análise, destaco um ponto importante: a pré-candidata do PL precisa se rodear de pessoas que falem o que ela precisa ouvir, e não o que ela quer ouvir. Maria do Carmo pode ser uma das maiores empresárias do Amazonas, mas, na política, ela ainda está na sua primeira formação. Esse é o ponto de partida.
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