A participação do presidente Jair Bolsonaro (PL) na Marcha para Jesus em Manaus, que será realizada na tarde deste sábado (28), será uma oportunidade de convencer o mandatário a reavaliar os cortes no Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) que prejudicam as empresas do Polo Industrial de Manaus (PIM).
Essa é a avaliação de deputados do Amazonas que integram a base de apoio ao chefe do Executivo. Para João Luiz (Republicanos), haverá um esforço para dissuadir o presidente a tratar da questão de maneira mais cautelosa, já que muitos funcionários do Polo Industrial de Manaus (PIM) são evangélicos.
“Essa vinda do presidente é importante para que ele possa ouvir as pessoas e o clamor da população ao que está sendo debatido a nível nacional, que é a Zona Franca de Manaus. Famílias de trabalhadores da ZFM também participarão da Marcha para Jesus, então acredito que o presidente se tornará sensível a essa pauta, uma vez que os ataques prejudicam famílias e a sociedade em geral, não só no Amazonas. Ele vai sair daqui com um olhar e um pensamento diferente”.
O deputado delegado Péricles (PL) fez coro ao argumento e atribuiu os decretos sobre redução do IPI à falta de conhecimento do ministro da Economia, Paulo Guedes, sobre a importância do modelo para a geração de emprego e renda.
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“É mais um posicionamento técnico do ministério, ao qual sou contra. O ministro Paulo Guedes não entende muito bem da relação com a Zona Franca de Manaus“, disse Péricles.
EQUÍVOCO
No campo da oposição ao governo federal, o deputado Serafim Corrêa (PSB) avaliou que o presidente tem a chance de fazer um “mea culpa” sobre as recentes medidas que reduzem a competitividade do modelo.
“Que ele reflita sobre os males que tem causado à Zona Franca de Manaus. Sem a ZFM, a cidade enfrenta muitas dificuldades. Ele tem que vir aqui para dizer que se equivocou e corrigir os erros cometidos contra a ZFM“, declarou Serafim.
“É um visitante como aqueles que vão ao Festival Folclórico de Parintins, para dançar dois pra lá e dois pra cá”, ironizou o deputado Sinésio Campos (PT). “Quero ver ele trazer notícias positivas, como o (ex) presidente Lula, que vinha inaugurar casas e farmácias populares, além da Arena da Amazônia e do programa Mais Médicos”.
O deputado criticou a presença de políticos em ato religioso e disse que já constatou ausência de repasses de Fundo de Participação de Municípios (FPM) e do Fundo de Participação dos Estados e do Distrito Federal (FPE), oriundos de recursos da ZFM.