Deputados do PSOL e PL batem boca em sessão sobre megaoperação no Rio de Janeiro; veja

(Foto: Reprodução)
Durante a sessão da Comissão de Segurança da Câmara dos Deputados, nesta terça-feira (28/10), um bate-boca intenso entre parlamentares do PSOL e do PL marcou os debates sobre a megaoperação policial realizada no Rio de Janeiro, que deixou 64 mortos nos complexos do Alemão e da Penha.
A troca de ofensas envolveu diretamente o presidente da comissão, Paulo Bilynskyj (PL-RJ), o deputado Rodolfo Nogueira (PL-MS), a líder do PSOL na Câmara, Talíria Petrone (RJ), e o deputado Pastor Henrique Vieira (PSOL-RJ).
A confusão começou quando Henrique Vieira chamou o presidente da comissão de “covarde”, após críticas sobre a condução dos trabalhos e a defesa da operação por parlamentares da oposição. Bilynskyj reagiu imediatamente:
“Covarde é Vossa Excelência, que está aqui defendendo um criminoso. Mantenha-se na sua posição e não ataque os membros desta comissão. O senhor não tem legitimidade para falar”, rebateu o deputado do PL.
Antes disso, Vieira havia questionado a eficácia das ações policiais no Rio.
“Eu continuo mantendo o meu entendimento que toda vida importa, com farda e sem farda […] A pergunta que eu faço é: essa glorificação da letalidade, essa política operada há décadas no estado do Rio de Janeiro, está dando certo? O crime organizado está perdendo fôlego e força?”, declarou.
O clima se agravou quando Bilynskyj encerrou a reunião sem permitir que Talíria Petrone se manifestasse. Aliados do presidente da comissão ainda mencionaram “baile funk” em tom de ironia, o que provocou nova reação da deputada.
“Baile funk é bom demais, sabe o que não é bom? Matar gente, matar 70 pessoas no Rio de Janeiro, inclusive policiais. Um modelo de segurança pública assassino”, respondeu Talíria, exaltada.
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A discussão se itensificou quando Rodolfo inseriu o nome do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no embate.
“O que seu presidente está fazendo? Negou três pedidos do governador”, afirmou. Nogueira também declarou: “O seu presidente [Lula] é conivente com o tráfico, amigo de narcotraficante”. Em resposta, Talíria e Vieira retrucaram: “O seu presidente [Jair Bolsonaro] é um miliciano”.
O episódio terminou com Talíria Petrone deixando a sala aos gritos. Em vídeos divulgados após a sessão, a deputada aparece chamando colegas de “miliciano safado” e “seus merdas” .
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— Rede Onda Digital (@redeondadigital) October 29, 2025
As acusações de Nogueira faziam referência ao governador do Rio, Cláudio Castro (PL), que alegou ter feito três pedidos de apoio federal para operações policiais, supostamente negados. No entanto, o governo Lula negou a informação. Em nota, o Ministério da Justiça e Segurança Pública, comandado por Ricardo Lewandowski, afirmou que “tem atendido, prontamente, a todos os pedidos do governo do Estado do Rio de Janeiro para o emprego da Força Nacional”.
Segundo a pasta, desde 2023, todas as 11 solicitações de renovação da Força Nacional de Segurança Pública foram acatadas, reforçando que o governo federal vem colaborando com as autoridades estaduais em ações de segurança pública.






