O deputado federal Carlos Alberto da Cunha (PP-SP), conhecido como Delegado Da Cunha, foi denunciado pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP) pelos crimes de lesão corporal decorrente da violência doméstica, ameaça e dano qualificado. A acusação foi feita pela esposa, a nutricionista Betina Raísa Grusiecki Marques, de 28 anos.
Na acusação, Betina também relata que foi espancada, foi sufocada pelo parlamentar, recebeu ameaças de morte e chegou a ficar desacordada após ser arremessada contra a parede. “Vou encher de tiros a sua cabeça. Vou te matar e vou matar sua mãe”, é a frase atribuída ao delegado Da Cunha.
STF
Com a denúncia formalizada pelo MPSP, o juiz Leonardo de Mello Gonçalves, da 2ª Vara Criminal de Santos, do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), submeteu os autos ao Supremo Tribunal Federal (STF), em caráter de urgência.
O juiz quer que o Supremo analise se o caso pode ser julgado no TJSP, já que Da Cunha é um deputado federal. Para a promotoria, o parlamentar não deveria ter foro privilegiado nesse caso.
No processo, Betina é representada pela advogada Gabriela Manssur, ex-promotora do MPSP que atuou em diferentes casos em defesa de mulheres. Ela também move ação contra o empresário Thiago Brennand, que está preso acusado de diversos crimes, por calúnia.
Antes, a Justiça paulista já havia decretado medida protetiva em favor de Betina. Pela decisão, Da Cunha precisa manter uma distância mínima de 300 metros e também não pode manter contato com ela ou outras testemunhas do caso.
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Defesa
Ao prestar depoimento, o delegado Da Cunha confirmou ter ciência da medida protetiva contra ele e afirmou que, “para evitar novos conflitos”, decidiu se mudar definitivamente para a cidade de São Paulo. Ele e a vítima moravam no litoral paulista.
O deputado federal também declarou que estaria “disposto a ressarcir eventuais danos materiais causados, com relação a artigos de vestuário de Betina”.
Em nota, Da Cunha “nega veementemente que tenha agredido sua companheira”.