Sete em cada dez pessoas declaram ter medo de serem agredidas fisicamente por causa das suas escolhas políticas, aponta levantamento feito pelo Datafolha sob encomenda do Fórum Brasileiro de Segurança Pública e da Rede de Ação Política pela Sustentabilidade (Raps).
Casos como o assassinato do guarda municipal Marcelo Arruda, morto a tiros na noite de 9 de julho quando comemorava o seu aniversário de 50 anos com uma festa alusiva ao PT em Foz do Iguaçu (PR), retratam um cenário abordado pelo estudo “Violência e Democracia: Panorama Brasileiro Pré-Eleições de 2022”, divulgado nesta quinta-feira (15).
De acordo com a pesquisa, 67,5% dos entrevistados afirmaram ter medo de serem vítimas de agressões; 3,2% das pessoas ouvidas pelo Datafolha disseram ter sofrido ameaças por motivos políticos nos últimos 30 dia (o equivalente a 5,3 milhões da população brasileira); 66,4% dos entrevistados dizem não acreditar que armar a população aumentará a segurança; Em 2022, 83,4% consideram que há racismo no Brasil; em 2017, o índice era de 70%.
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88,1% rejeitam ideias golpistas ao afirmar que quem for vencedor nas urnas e reconhecido pela Justiça Eleitoral deve ser empossado em 1º de janeiro de 2023; 62,8% concordam que “é importante para a democracia que os tribunais sejam capazes de impedir o governo de agir além de sua autoridade”.
Renato Sérgio de Lima, presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, diz que a pesquisa reflete o medo das pessoas de serem agredidas apenas por expressarem as suas posições políticas. “As pessoas estão com medo de mostrarem o que estão pensando. Sair com a camisa de um político ou de um partido pode ser motivo para xingamentos ou agressões”.
“O processo democrático está comprometido porque os níveis de violência política e ameaça estão presentes no país por parte de um grupo político que chantageia a população. A própria fome virou mercadoria política”, acrescentou.