As principais notícias de Manaus, Amazonas, Brasil e do mundo. Política, economia, esportes e muito mais, com credibilidade e atualização em tempo real.
Rede Onda Digital
Assista a TV 8.2

Daniel Almeida cita dependência química e gera reação de Alessandra Campelo durante debate sobre Lei Paulo Onça, na Aleam

11/12/25 às 23:14h
Daniel Almeida cita dependência química e gera reação de Alessandra Campelo durante debate sobre Lei Paulo Onça, na Aleam

Daniel Almeida e Alessandra Campelo. (Foto: reprodução)

A sessão parlamentar desta quinta-feira (11/12), na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), foi marcada por um embate direto entre o deputado Daniel Almeida (Avante) e a deputada Alessandra Campelo (Podemos) durante a discussão do projeto conhecido como “Lei Paulo Onça”. A proposta institui a campanha permanente “Na Direção, o Respeito”, voltada à conscientização e prevenção da violência no trânsito.

Logo no início de sua fala, Daniel afirmou conhecer Paulo Onça desde o Morro da Liberdade, mas destacou que o sambista havia cometido crime ao dirigir sob efeito de drogas.

“Paulo Onça, que é uma figura conhecidíssima no Morro da Liberdade. Eu sou do Morro e conheço o Paulo Onça […] ele cometeu um crime também, ao dirigir embriagado”, declarou Daniel.

Em seguida, o parlamentar defendeu que o homem que agrediu Paulo Onça não teria utilizado força excessiva. “Ele causou violência contra uma família, e a pessoa que o espancou […] estava defendendo a família dele. Culminou na morte, infelizmente, de uma pessoa, o que é inadmissível”, afirmou.

 

Daniel assumiu ter sido dependente químico

Daniel também relacionou o caso à própria trajetória, afirmando que já enfrentou a dependência química e afirma que o usuário que está sob efeito de alguma substância e decide dirigir, está cometendo um crime.

“Eu falo como dependente químico, eu fui dependente químico. Aqui tem pessoas nessa casa que têm parentes dependentes químicos. O dependente químico que pega o seu carro, usa droga e dirige embriagado, está cometendo um crime.”

 

Reação de Alessandra Campelo

As declarações geraram reação imediata da deputada Alessandra Campelo, que sugeriu que Daniel retirasse a assinatura do projeto, já que ele é coautor.

“Deputado Daniel, cada vez que o senhor fala, piora. Me desculpe, mas é o que eu acho que todo mundo tá sentindo aqui. Eu não sei, talvez o senhor não esteja sabendo se expressar. Eu quero acreditar nisso. Então, a primeira coisa, eu acho que o senhor tem que retirar a sua assinatura, porque o senhor é um dos autores dessa lei.”

A parlamentar reforçou que a dependência química é reconhecida como doença pela Organização Mundial da Saúde e criticou a interpretação do colega.

“O dependente químico é uma doença. A dependência química é uma doença incurável. A dependência química é considerada pela Organização Mundial de Saúde como uma doença incurável que você tem que manter o controle. Eu conheço muito de perto. Eu sou filha de alcoólatra, irmã de dependente químico. Eu conheço bem essa história. Com certeza o senhor deve ter dirigido carro na sua vida alguma vez. Então o senhor está dizendo que quando você era dependente químico, o senhor não dirigia. Que ótimo, que bom. Mas não acho que se o senhor estivesse dirigindo carro, o senhor deveria ser assassinado por isso.”

Alessandra explicou ainda o propósito real da proposta. “Agora, só pra explicar pra população a lei: a gente não está fazendo uma lei pra enaltecer a embriaguez ao volante. A gente está fazendo uma lei chamada Lei Paulo Onça. Ele morreu num acidente de trânsito, após um acidente de trânsito que foi provocado por ele estar embriagado. A outra pessoa não sei se estava, eu não conheço detalhes do processo pelo excesso do outro contra ele em relação à violência. E a lei que o senhor assinou, talvez se o senhor tivesse lido, o senhor veria que ela foca única e exclusivamente em a gente utilizar um nome muito importante culturalmente pro Amazonas, que esteve envolvido num problema grave de trânsito.”

Ela concluiu pedindo coerência. “Se mesmo após essa explicação o senhor achar que a lei está errada, acho importante retirar a sua assinatura e votar contrário”.

Quem foi Paulo Onça

Paulo Onça, 63 anos, ficou cinco meses internado após ser brutalmente agredido por Adeilson Duque, conhecido como “Bacana”, durante uma briga de trânsito na Praça 14, zona Sul de Manaus. O agressor fugiu sem prestar socorro e responde por homicídio qualificado.