Nesta quinta-feira (17/04), o vereador Rodrigo Guedes (PP) revelou os motivos que o levaram a propor a chamada CPI dos Empréstimos na Câmara Municipal de Manaus. A declaração foi feita durante o programa Onda Popular com Brena Dianná, transmitido pela Rede Onda Digital, e destacou a insatisfação com a gestão dos recursos obtidos por meio de empréstimos bilionários.
Segundo Guedes, a Prefeitura de Manaus contraiu quase R$ 5 bilhões em empréstimos nos últimos anos, sendo que diversas obras prometidas nos projetos de lei não saíram do papel.
“O prefeito listou uma série de obras e nenhuma foi cumprida, nenhuma delas iniciou”, disse o parlamentar.

Guedes mencionou, inclusive, que o segundo pedido de empréstimo, aprovado em 2021, também não teve suas obras executadas.

Guedes criticou ainda a reincidência do Executivo municipal em repetir promessas de obras nos pedidos subsequentes.
“Vieram sugestões de obras novas e algumas ele repetiu, como se dissesse: ‘manda mais meio bilhão aí, que agora vai dar’”, ironizou o vereador.
Veja vídeo:
“Promessas não cumpridas” motivaram a ‘CPI dos Empréstimos’, afirma Rodrigo guedes pic.twitter.com/8deIYaEbrp
— Rede Onda Digital (@redeondadigital) April 17, 2025
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Rosses assume CPI dos Empréstimos
Na semana passada, após abrir mão da autoria da CPI dos Empréstimos, Guedes passou a responsabilidade ao vereador Coronel Rosses (PL), que oficializou a decisão por meio das redes sociais.
“Após o vereador Rodrigo Guedes (PP) ter abdicado da autoria da CPI dos Empréstimos, comunico que assumi a responsabilidade pelo pedido de abertura da Comissão”, afirmou Rosses no Instagram, ressaltando que a iniciativa não pertence a nenhum vereador, mas à população de Manaus.
No entanto, o andamento da investigação enfrenta obstáculos. O vereador Saimon Bessa (União Brasil) retirou sua assinatura do requerimento, alegando que a CPI perdeu seu foco original e se transformou em um palco para disputas pessoais e conflitos políticos.
“Quando uma CPI se transforma em espetáculo, o Legislativo perde sua essência. E, mais uma vez, quem perde é a população”, declarou Bessa.
A retirada da assinatura por Bessa reduziu o número de apoios parlamentares para a CPI, que agora conta com apenas dez nomes: Rodrigo Guedes (PP), Coronel Rosses (PL), Rodrigo Sá (PP), Zé Ricardo (PT), Salazar (PL), Thaysa Lippy (PRD), Diego Afonso (UB), Ivo Neto (PMB), Raiff Matos (PL) e Capitão Carpê (PL). Para que a comissão seja instaurada, é necessário o apoio de pelo menos 14 vereadores.
Conflito entre Guedes e Aldenor
Outro fator que pesou contra a CPI foi o conflito entre Rodrigo Guedes e o vereador Aldenor Lima (União Brasil). Lima alegou que Guedes usava a tribuna da Casa para pressionar os colegas por assinaturas e acusou o parlamentar de financiar páginas na internet que atacariam seu filho — o que justificou sua recusa em assinar o requerimento.
Em resposta às críticas, Guedes reafirmou que a comissão não é de cunho pessoal.
“A CPI não é para o Rodrigo Guedes e muito menos do Rodrigo Guedes, a CPI é de Manaus, da Câmara Municipal de Manaus e dos manauaras”, destacou.
O vereador Paulo Tyrone (PMB) também comentou a situação, apontando que a alta rejeição de Guedes entre os colegas poderia dificultar o avanço da investigação, e que outro proponente teria mais chances de conduzir a CPI com efetividade.