A CPI do 8 de janeiro já decidiu como vai tratar militares que participaram das invasões às sedes dos três Poderes em Brasília. De acordo com o próprio presidente da comissão, não haverá imputação de culpa a Exército, Marinha ou Aeronáutica. Militares envolvidos em atos golpistas serão acusados de agir por vontade própria, sem incentivo das Forças Armadas.
O deputado Arthur Maia (União Brasil-BA), presidente da CPI, afirmou nesta segunda, 28:
“O fato de alguns militares, pessoas físicas, terem eventualmente se envolvido com essas movimentações antidemocráticas, tem de ser separado, totalmente separado, das Forças Armadas”.
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A relatora da comissão, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), também declarou que seu parecer vai apontar culpas individuais sem envolver as Forças Armadas.
Este ponto de vista é um consenso geral dentro da comissão mista, partilhado por governistas, oposição e comando da CPI.
Anteriormente, o próprio ministro da Justiça, Flávio Dino, abordou o assunto e seu posicionamento ia ao encontro do entendimento dos parlamentares da CPI. Ele falou:
“Nós estamos nesse trabalho de mostrar que não há uma atitude na investigação de ser contra as Forças Armadas e, sim, identificar condutas de indivíduos, civis ou militares. Em relação a isso, há um consenso entre o Ministério da Justiça e Ministério da Defesa”.