Em novo depoimento à Polícia Federal (PF), o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), tenente-coronel Mauro Cid, desmentiu o próprio advogado de defesa, Cezar Bittencourt. Ele afirmou, na tarde desta quinta-feira (5/12), em Brasília, que não poderia saber se o ex-presidente da República tinha conhecimento sobre a trama golpista, em 2022, e que Bittencourt estava confuso ao falar com a imprensa no mês passado.
Na entrevista, concedida em 22 de novembro, o advogado do militar disse que Cid teria relatado ao Supremo Tribunal Federal que Bolsonaro sabia do plano para assassinar o então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro do STF, Alexandre de Moraes.
Minutos depois, Cezar recuou e disse que o suposto golpe de Estado conhecido por Jair Bolsonaro não era o que previa matar Lula, mas sobre um determinado fato “que vinha acontecendo” no seu entorno.
No depoimento desta quinta à PF, o ex-ajudante de ordens afirmou ao delegado Fábio Shor, responsável por conduzir a oitiva, que seu advogado teria se “confundido” com as perguntas durante a entrevista.
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Cezar Bittencourt acompanhou Mauro Cid no depoimento como advogado. Segundo fontes da PF, no momento da pergunta, o advogado reiterou ao delegado que realmente teria se confundido.
Na oitiva desta quinta-feira, de acordo com relatos, o tenente-coronel do Exército reafirmou que não sabia sobre o suposto plano para matar Lula e que, por isso, não teria como saber se Bolsonaro estava ciente da trama do golpe.
O depoimento de Cid começou por volta das 14h e terminou às 15h40 (de Manaus). Ao sair da sede da PF, o militar evitou falar com a imprensa e permaneceu em silêncio enquanto deixava o local.
*Com informações do Metrópoles