O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu manter a prisão preventiva do deputado federal Chiquinho Brazão (sem partido-RJ), seu irmão, o conselheiro de contas Domingos Brazão, e o delegado Rivaldo Barbosa. Os três são réus no caso do assassinato da vereadora Marielle Franco e de seu motorista Anderson Gomes, em 2018. Essa decisão reforça a posição do STF, que já havia negado um pedido semelhante de soltura em junho deste ano.
Em junho, a Primeira Turma do STF aceitou, por unanimidade, a denúncia contra os cinco principais suspeitos de envolvimento no crime, tornando-os réus. Além dos irmãos Brazão e de Rivaldo Barbosa, o major Ronald Paulo de Alves Pereira e o assessor Robson Calixto da Fonseca, conhecido como Peixe, também foram implicados no caso. O relator da ação, ministro Alexandre de Moraes, destacou que há fortes indícios e evidências apresentados pela delação premiada do ex-policial militar Ronnie Lessa, que é apontado como o autor dos disparos.
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Moraes ressaltou que a denúncia está baseada em materiais investigativos sólidos, que reforçam as informações apresentadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR). A prisão dos acusados ocorreu em março deste ano, em uma operação coordenada pela Polícia Federal, com apoio do Ministério Público do Rio de Janeiro e da PGR.
De acordo com a delação de Ronnie Lessa, o assassinato de Marielle Franco seria uma retaliação ao ex-deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL), para quem Marielle trabalhou como assessora. Lessa afirmou que os irmãos Brazão viam Marielle como um obstáculo político. “Foi feita a proposta, a Marielle foi colocada como uma pedra no caminho”, afirmou Lessa em depoimento.
O plano para o assassinato, segundo o delator, começou a ser articulado em setembro de 2017. Na última sexta-feira (07/09), Moraes autorizou a transferência de Ronnie Lessa da Penitenciária Federal de Campo Grande para o presídio de Tremembé, em São Paulo, além de levantar o sigilo da delação.