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Brasil vai conversar com Argentina por canais diplomáticos, sem relação pessoal Lula-Milei, dizem fontes

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Há uma sensível diferença de percepção entre o Palácio do Planalto e o Itamaraty sobre as futuras relações entre o presidente da Argentina, Javier Milei, e o presidente Lula. Enquanto o Itamaraty diz que a relação começou com o “pé direito”, no Planalto, a avaliação é que a posse de Milei, no último domingo (10/12), foi uma “festa da extrema direita”.

Auxiliares diretos de Lula dizem que a relação entre os dois países vai permanecer institucional dentro do Mercosul, do G-20 e no avanço em projetos de integração regional de infraestrutura.

Mas não enxergam uma relação pessoal entre Milei e Lula e não prevêem nenhuma aproximação por enquanto. Permanece o clima de incômodo com a recepção a Jair Bolsonaro, a Viktor Orban e a outros líderes da direita.


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No Itamaraty, existe o reconhecimento de que a ofensa sofrida por Lula foi pesada, quando Milei o chamou de “corrupto”, mas a pasta de Relações Exteriores do Brasil está otimista.

Os diplomatas ressaltam o bom tratamento recebido pelo ministro Mauro Vieira, que foi o primeiro a cumprimentar Milei, e as relações que vem sendo estabelecidas entre ele e a chanceler argentina, Diana Mondino. “Nessas horas os gestos também importam. Não é preciso pressa, nem ansiedade em nível presidencial”, disse uma fonte do Itamaraty.

Relações comerciais

Milei chegou a convidar o presidente Lula para a cerimônia de posse. No entanto, o petista acabou enviando em seu lugar o chanceler Mauro Vieira. Ao longo de sua campanha eleitoral, Milei descarregou críticas sobre Lula.

A vitória de Milei abriu caminho para discussões envolvendo o futuro das relações comerciais. Para o Brasil, os argentinos exportam veículos, autopeças, petróleo e derivados, além de trigo e centeio. No acumulado de janeiro a outubro, o comércio bilateral já rendeu ao país vizinho US$ 10,1 bilhões.

O desejo de Milei de romper com o Mercosul, a China, o Brasil e outros países levantou preocupações de empresários.

Diante da crise que assola a Argentina e leva a inflação local a níveis que se aproximam dos 150%, representantes de associações ligados a produtos manufaturados apontaram queda nas exportações este ano, com expectativa de piora no cenário nos próximos meses.

No curto prazo, o anúncio de medidas para impedir a saída de dólares do país pode dificultar ainda mais o comércio brasileiro com a Argentina.

*com informações da CNN Brasil.

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