Batizada de “Operação Atlas”, o Brasil prapara um exercício militar com o deslocamento de cerca de 8 mil militares e grande parte do efetivo de veículos blindados e não blindados para a fronteira com a Venezuela. Um dos objetivos da ação é justamente treinar suas tropas para o caso de haver uma nova escalada de tensão com o regime de Nicolás Maduro.
Segundo as Forças Armadas, será o maior exercício militar de 2025 próximo à fronteira com a Venezuela.
O exercício também coincidirá com a realização da COP30 em Belém, mas militares garantem que o objetivo é treinar tropas e fortalecer a capacidade logística e de transporte em regiões de difícil acesso, como Roraima, principal palco da operação.
A movimentação militar do Brasil surge em meio a relatos de que a Venezuela estaria realizando obras de infraestrutura em suas fronteiras com o Brasil e a Guiana, como pistas de pouso e acampamentos fortificados.
Após a posse de Maduro, a Venezuela fechou sua fronteira com o Brasil, aumentando a preocupação das autoridades brasileiras. Militares brasileiros acreditam que o poder na Venezuela está centrado em figuras como o ministro da Defesa, Vladimir Padrino López, e outros oficiais de alta patente, responsáveis pela sustentação do regime chavista.
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A Operação Atlas também é vista como uma oportunidade de demonstrar o compromisso do Brasil com a estabilidade regional e enviar um recado às potências ocidentais, especialmente aos Estados Unidos e à Europa, de que o país não depende de apoio externo para lidar com possíveis ameaças.
Isso ocorre em um contexto em que os EUA têm fortalecido laços com a Guiana, enviando tropas para intercâmbios militares e demonstrando apoio ao país contra possíveis avanços de Maduro sobre a região de Essequibo.