O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ficou em silêncio e não respondeu às perguntas da Polícia Federal (PF) na investigação de que teria tentado um golpe de Estado. Paulo Cunha Bueno, advogado do ex-presidente, justificou que não teve acesso aos autos e chamou o inquérito de “semissecreto”.
O silêncio de Bolsonaro já era esperado. Ele chegou pouco antes do horário marcado para o depoimento num comboio de carros, ficou cerca de meia hora no prédio da PF em Brasília e deixou o local sem dar entrevistas. Só seus advogados falaram com a imprensa.
Cunha Bueno disse que o cliente não cometeu crime, mas que não há condições de responder questões da Polícia Federal sem ter conhecimento dos elementos da investigação, como a delação de Mauro Cid.
O advogado afirmou:
“O único motivo pelo qual Bolsonaro fez uso do silêncio foi dado ao fato de ele responder hoje a uma investigação semissecreta”.
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A PF marcou para hoje, às 14h30, o depoimento de 21 investigados por suspeita de tramarem um golpe de Estado para manter Bolsonaro no poder. O objetivo dos depoimentos simultâneos é impedir possibilidade de combinação de versões. Os depoentes têm o direito de ficarem em silêncio.
Veja a lista completa dos investigados que foram depor em Brasília:
- Jair Bolsonaro
- General Augusto Heleno
- Anderson Torres
- Marcelo Costa Câmara
- Mário Fernandes
- Tércio Arnaud
- Almirante Almir Garnier
- Valdemar Costa Neto
- General Paulo Sérgio Nogueira
- Cleverson Ney Magalhães
- General Braga Netto
Além deles, também foram intimados a depor pessoas em São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Minas Gerais, Ceará e Espírito Santo.
O ex-presidente tem ato público marcado para o próximo dia 25, em São Paulo: Bolsonaro afirmou que o evento servirá para que ele apresente uma defesa das acusações.
Com informações de UOL.