
Bolsonaro decide não comparecer à julgamento no STF nesta terça-feira (2/9)
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) não vai comparecer ao julgamento do chamado plano de golpe, que começa nesta terça-feira (2/9), na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF). A informação foi confirmada pelos advogados do ex-mandatário, Celso Vilardi e Paulo Cunha Bueno, à CNN Brasil.
Segundo a defesa, Bolsonaro gostaria de estar presente, mas a condição de saúde, somada ao fato de cumprir prisão domiciliar, pesou para que ele optasse por acompanhar as sessões de casa. O processo pode resultar em uma condenação superior a 40 anos de prisão pela acusação de tentar articular um golpe de Estado.
A ausência do ex-presidente gerou divisões em seu círculo mais próximo. Médicos, familiares e advogados recomendaram a permanência em casa, enquanto aliados políticos defendiam que a presença no tribunal teria impacto estratégico.
Apesar da pressão, Bolsonaro manteve a decisão de não ir ao STF. Às vésperas do julgamento, ele recebeu em sua residência a senadora Damares Alves (Republicanos-DF), que, ao lado da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, fez uma oração por ele. Pessoas próximas relatam que o ex-presidente está tranquilo, embora enfrente uma forte crise de soluço.
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A maioria dos réus também deve acompanhar o julgamento pela televisão, evitando a exposição pública. Entre os oito acusados que integram o chamado núcleo duro do plano, apenas o general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, ex-ministro da Defesa, confirmou presença física na Corte. Já o general Walter Braga Netto, preso desde dezembro de 2024 no Rio de Janeiro, acompanhará por videoconferência, conforme informou seu advogado José Luís de Oliveira Lima.
Outros nomes de peso do grupo, como o general Augusto Heleno, o ex-ministro da Justiça Anderson Torres, o almirante Almir Garnier e o ex-ajudante de ordens Mauro Cid, já comunicaram que não irão ao STF e seguirão o julgamento de casa. O deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-diretor da Abin, ainda não anunciou sua decisão.
Todos respondem por crimes graves: organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, ameaça ao patrimônio público e deterioração de bens tombados.
O julgamento deve se estender até o dia 12 de setembro. O ministro Cristiano Zanin, presidente da Primeira Turma, reservou cinco dias para as sessões: duas delas no turno da manhã, das 9h às 12h, e as demais em dois turnos — das 9h às 12h e das 14h às 19h.
*Com informações da CNN Brasil.
