Durante entrevista exclusiva ao programa Tribuna Livre, da Rede Onda Digital, o secretário municipal de Meio Ambiente, Sustentabilidade e Clima (Semmasclima), Antônio Stroski, destacou o preocupante aumento das queimadas no Amazonas. Ele apontou que a situação vai além da simples ausência de fiscalização, envolvendo também fatores econômicos que incentivam a intensificação do uso do solo.
“Existe sim uma parcela de responsabilidade que pode ser atribuída a essa ausência ou ainda a fiscalização ineficiente, mas existem outros fatores também, vejam só, de estímulo”, declarou.
Ao ser questionado sobre a possível relação entre a redução das fiscalizações ambientais e o aumento das queimadas, o secretário foi claro ao afirmar que, embora a fiscalização deficiente contribua para o problema, existem outros fatores no jogo. Ele ressaltou, em particular, o impacto do mercado de commodities, como a soja, e a expansão da pecuária sobre o território amazônico.
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“Hoje, uma commodity da soja estimula muito a conversão de áreas, além da própria pecuária. No Mato Grosso e Rondônia, vimos inicialmente um processo de instalação da pecuária que, ao longo do tempo, levou à conversão dessas áreas para a produção de grãos. Esse avanço da pecuária também chegou aos municípios do Amazonas, impulsionando um uso mais intenso do solo”, explicou Stroski.
O secretário também informou que já existem muitas áreas degradadas e florestas derrubadas, o que agrava ainda mais a situação.
“Temos que levar em conta que muitas áreas já foram degradadas, com grande parte da floresta derrubada. O contexto econômico atual acaba incentivando o uso mais intenso dessas áreas, o que contribui para o aumento das queimadas”, concluiu.
*Com colaboração de Caroline Vasco