Uma audiência conjunta realizada na Câmara dos Deputados com a presença do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, terminou em tumulto, nesta quarta-feira (11/6), e foi encerrada após um intenso bate-boca entre o ministro e parlamentares da oposição.
A sessão era promovida pelas comissões de Finanças e Tributação e de Fiscalização Financeira e Controle, e tinha como objetivo discutir questões relacionadas à política econômica do governo federal.
Durante os debates, os deputados federais Nikolas Ferreira (PL-MG) e Carlos Jordy (PL-RJ) protagonizaram momentos de tensão ao confrontarem Haddad sobre o que classificaram como “gastança do governo Lula” e aumento de impostos.
A oposição criticou também a inflação dos alimentos, a alta da taxa básica de juros (Selic) e o que consideram um descontrole fiscal promovido pela atual gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Veja trechos da confusão:
Audiência com Haddad termina em confusão após embate com oposição na Câmara pic.twitter.com/jDlgOPaXGY
— Rede Onda Digital (@redeondadigital) June 11, 2025
Deputados criticam aumento de impostos e inflação
Nikolas Ferreira e Carlos Jordy usaram suas falas para acusar o governo Lula de estar promovendo uma escalada tributária, prejudicando a população. Jordy afirmou que o governo estaria elevando a carga tributária de forma abusiva, contribuindo para a alta da inflação, especialmente sobre alimentos, o que tem impacto direto na vida dos mais pobres.
Eles também questionaram Haddad sobre a responsabilidade do governo federal no aumento da taxa de juros.
“O povo está pagando mais caro pelos alimentos, pelos serviços, e a culpa é dessa gastança do governo, que pressiona a inflação e leva o Banco Central a manter os juros altos”, disse Jordy.
Haddad rebate e chama postura da oposição de “molecagem”
Em sua resposta, o ministro Fernando Haddad criticou os parlamentares da oposição por, segundo ele, não permanecerem no plenário para ouvir sua réplica.
“Esse tipo de atitude de alguém que quer aparecer na rede falando sério e corre sempre que o embate vai acontecer… Eu estou perdendo um minuto para esse desabafo porque é um pouco de molecagem, sabe?”, declarou o ministro.

A fala de Haddad irritou Nikolas Ferreira e Carlos Jordy, que retornaram imediatamente à audiência para rebater as declarações. Carlos Jordy subiu tom contra o ministro:
“Moleque é você, por ter aceitado um cargo dessa magnitude e só ter feito dois meses de economia. Moleque é você por ter feito o maior déficit fiscal da história, R$ 230 bilhões. Logo após o governo Bolsonaro ter deixado superávit”.

Jordy comparou a gestão petista a uma tragédia sanitária:
“O governo Lula é pior do que uma pandemia. Não venha querer cantar de galo na Câmara dos Deputados porque você é ministro, mas eu sou deputado. Respeite o parlamento. Moleque é você”, concluiu o parlamentar do PL.
Nikolas Ferreira tenta falar, mas é interrompido
Após a fala de Jordy, foi a vez de Nikolas Ferreira pedir a palavra. O deputado mineiro começou seu pronunciamento em tom elevado, o que levou o presidente da sessão, Rogério Correia (PT-MG), a interrompê-lo.
Segundo Correia, o parlamentar do PL estava falando “aos berros” e desrespeitando o ambiente da comissão.

“O deputado não vai falar no berro aqui, calma. Vossa Excelência não é melhor que os outros. Eu peço que Vossa Excelência enumere a questão de ordem”, disse Rogério Correia, em uma tentativa de retomar a ordem dos trabalhos.
No entanto, a tentativa de continuidade da sessão fracassou. Diante do tumulto, Rogério Correia anunciou o encerramento da audiência e liberou o ministro Fernando Haddad da sessão.
“A reunião está encerrada e nós vamos liberar o ministro Haddad, após a baderna dos Bolsonaristas”, finalizou Rogério.