A Polícia Federal (PF) suspeita que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) foi usada para auxiliar o senador Flávio Bolsonaro (PL) na produção de dados e provas para a defesa em uma investigação judicial no caso das ‘rachadinhas’. O senador nega as acusações e considera um “absurdo completo”.
Na quinta-feira (25/01), a PF deflagrou uma operação para investigar um suposto esquema ilegal de espionagem durante o governo Bolsonaro.
A operação foi autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Na decisão, Moraes afirmou que a Abin foi utilizada para elaborar relatórios de defesa a favor do senador Flávio Bolsonaro, filho do ex-presidente, Jair Bolsonaro.
À época, a agência era comandada por Alexandre Ramage, hoje deputado federal pelo PL, principal alvo da operação que teve mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao seu nome.
Em entrevista à GloboNews, na quinta-feira (25/01), o senador Flávio Bolsonaro negou ter recebido informações da Abin que pudessem beneficiá-lo. O parlamentar afirmou que a alegação é um “absurdo completo”.
“Isso é uma história completamente fantasiosa. Nunca recebi relatório da Abin para que pudesse ser beneficiado de alguma forma”, afirmou.
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O senador diz ser uma tentativa de criar uma narrativa falsa para atacar a família Bolsonaro.
“É mentira que a Abin tenha me favorecido de alguma forma, em qualquer situação, durante meus 42 anos de vida. Isso é um completo absurdo e mais uma tentativa de criar falsas narrativas para atacar o sobrenome Bolsonaro.
Minha vida foi virada do avesso por quase cinco anos e nada foi encontrado, sendo a investigação arquivada pelos tribunais superiores com teses tão somente jurídicas, conforme amplamente divulgado pela grande mídia”, disse Flávio Bolsonaro.
Investigações envolvendo Flávio Bolsonaro
O Ministério Público do Rio de Janeiro investigava Flávio Bolsonaro, filho mais velho do presidente, por suspeita de desviar dinheiro de funcionários de seu gabinete na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, quando era deputado estadual, no período de 2003 a 2018.
Em 2020, o MP denunciou Flávio à Justiça como chefe de uma organização criminosa que desviou R$ 6 milhões (em valores da época). Ele sempre negou as acusações e, em 2021, obteve no Superior Tribunal de Justiça (STJ) a anulação de todas as decisões do juiz do caso.
*Com informações do g1