As principais notícias de Manaus, Amazonas, Brasil e do mundo. Política, economia, esportes e muito mais, com credibilidade e atualização em tempo real.
Rede Onda Digital
Ouça a Rádio 92,3Assista a TV 8.2
28 de Agosto: Qual a origem da data que nomeia o Hospital e Pronto-Socorro de Manaus?

28 de Agosto: Qual a origem da data que nomeia o Hospital e Pronto-Socorro de Manaus?

Nome da unidade hospitalar homenageia data da anistia de presos políticos na ditadura

Você já se perguntou qual a origem do nome do Hospital e Pronto-Socorro ser 28 de Agosto? A Rede Onda Digital te responde essa dúvida!

Localizado no bairro Adrianópolis, na zona Centro-Sul de Manaus, o hospital atende pacientes de Ortopedia, clínica médica, UTI, cirurgia, emergência, Vascular, Urologia, Nefrologia e Oftalmologia e oferece exames de raio-x, tomografia, ultrassonografia, eletrocardiograma e ecocardiograma.

Apesar de levar a data 28 de Agosto em seu nome, não, o hospital não foi inaugurado nesse dia, como muitos pensam. A história vai muito além disso. E aqui vai uma curiosidade, o Hospital e Pronto-Socorro 28 de Agosto foi inaugurado em 02 de janeiro de 1986 pelo Governador Gilberto Mestrinho.

Bom, o nome do hospital homenageia a data de anistia dos presos políticos pela Ditadura Militar (1964-1985), dentre eles o governador Gilberto Mestrinho. O caso aconteceu em 1979.

Essa confirmação foi feita no próprio documento de ‘Cartas e Serviços’ do hospital, elaborado por uma equipe técnica e publicado pelo Governo do Estado do Amazonas.

Em 28 de agosto de 1979, o presidente João Baptista Figueiredo concedeu o perdão aos perseguidos políticos (que a ditadura militar chamava de subversivos) e, dessa forma, pavimentou o caminho para a redemocratização do Brasil.

Foram anistiados tanto os que haviam pegado em armas contra o regime quanto os que simplesmente haviam feito críticas públicas aos militares. Graças à lei, exilados e banidos voltaram para o Brasil, clandestinos deixaram de se esconder da polícia, réus tiveram os processos nos tribunais militares anulados, presos foram libertados de presídios e delegacias.

O projeto que deu origem à Lei da Anistia foi redigido pela equipe do general Figueiredo. O Congresso Nacional o discutiu e aprovou em apenas três semanas.

A anistia não foi uma decisão espontânea da ditadura. Desde o início da década de 1970, ocorreram movimentos e pressões da sociedade civil pela anistia, entre eles:

  • Movimento Feminino pela Anistia, criado em 1975 pelas mães, mulheres e filhas de presos e desaparecidos.
  • Comitê Brasileiro pela Anistia, surgido em 1978, com representações em diversos estados e até em Paris, onde viviam muitos dos exilados.
  • Cartazes e faixas com a frase “anistia geral, ampla e irrestrita” eram abertos em eventos públicos para serem captadas pelas câmeras de TV e pelos fotógrafos dos jornais. Isso ocorreu, por exemplo, no velório de João Goulart, em 1976, e em jogos de futebol.

O documento da Lei da Anistia pode ser acessado publicamente por meio de canais oficiais, como, por exemplo, Governo Federal, Câmara dos Deputados, e o Senado Federal, consultado pela Rede Onda Digital, os documentos seguem disponibilizados para consulta pública.

 


Saiba mais: 

Ensino de Libras passa a ser disciplina optativa na rede pública estadual no Amazonas

Programa de Defesa Permanente da Zona Franca de Manaus é aprovado na Aleam


Sabendo a origem desse nome, até os dias atuais o Hospital e Pronto-Socorro segue sendo uma referência a traumas ortopédicos, urologia de emergência, principalmente para tratamento de cálculo renal e de vítimas com queimaduras. O hospital também inclui nas suas dependências, o Centro de Tratamento de Queimados (CTQ), que é uma referência na região Norte, neste tipo de atendimento.

Atualmente, um amplo processo de modernização e ampliação de infraestrutura e serviços, visando a melhoria e a oferta de um atendimento de qualidade similar ao do Complexo Hospitalar Norte. Desta iniciativa, surgiu o Complexo Hospitalar Sul (CHS) de Manaus, formado pelo Hospital e Pronto-Socorro 28 de Agosto e pelo Instituto da Mulher Dona Lindu, oferecendo serviços de saúde 24 horas, com especialidades em urgência, emergência, clínica, cirúrgica e saúde da mulher.

(Foto: Alex Pazuello e Diego Peres/Secom)