Professor é investigado por suspeita de abusar de cinco mulheres no RS

(Foto: Reprodução)
O advogado e professor Conrado Paulino da Rosa, conhecido no meio jurídico por sua atuação em Direito de Família, é alvo de uma investigação da Polícia Civil do Rio Grande do Sul por estupro de vulnerável, violência psicológica e abuso sexual supostamente facilitado pelo uso de substâncias químicas. Até o momento, cinco mulheres já apresentaram denúncias contra ele.
De acordo com a 2ª Delegacia da Mulher de Porto Alegre, os relatos apontam para crimes ocorridos entre 2013 e 2025, envolvendo alunas, ex-alunas, colegas de trabalho e ex-companheiras. As investigações tiveram início após uma denúncia anônima, que encorajou outras possíveis vítimas a procurarem a polícia. A existência de mais casos não está descartada.
Relatos e padrão de abuso
Segundo a polícia, os depoimentos têm pontos em comum, como o uso de um ambiente de confiança para aproximar-se das vítimas, medo de represálias profissionais e relatos de sonolência repentina e apagões de memória após o consumo de bebidas ou supostos suplementos oferecidos pelo professor.
Em um dos casos, uma vítima relatou que, após ingerir metade de um copo de bebida alcoólica, sentiu confusão mental intensa, perdeu os sentidos e só recuperou a consciência parcialmente durante o abuso. No dia seguinte, acordou com hematomas, sangramentos e ferimentos íntimos.
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A advogada Gabriela Souza, que representa as vítimas, informou que foram tomadas medidas judiciais em âmbitos cível, penal e administrativo, inclusive com medida protetiva de urgência. “Os impactos psicológicos, sociais e profissionais são enormes. Elas estão muito abaladas, mas esperam que isso encoraje outras mulheres a denunciar”, declarou.
Repercussão e medidas institucionais
Conrado lecionava na Fundação Escola Superior do Ministério Público (FMP), onde também coordenava a pós-graduação em Direito de Família e Sucessão, e foi presidente do Instituto Brasileiro de Direito de Família – Seção RS (IBDFAM-RS). Autor de 18 obras jurídicas, ele sempre manteve presença ativa em eventos acadêmicos e redes sociais.
Após a repercussão das denúncias:
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IBDFAM-RS anunciou seu afastamento imediato da diretoria, citando “princípios éticos” e a gravidade das acusações.
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A FMP comunicou o desligamento administrativo de Conrado, sem juízo de valor sobre sua responsabilidade.
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A OAB-RS abriu um processo ético-disciplinar e solicitou cópia do inquérito para avaliar uma possível suspensão preventiva.
Manifestação de defesa
Em nota publicada nas redes sociais, Conrado declarou que confia no trabalho das autoridades e ressaltou que “investigação não equivale a condenação”.
“Repudio qualquer forma de violência contra a mulher e é indispensável que haja responsabilidade na divulgação de informações sigilosas sem autorização”, escreveu. Sua defesa afirma que ele está à disposição da polícia para todos os esclarecimentos.
As investigações seguem em andamento, e a polícia não descarta novas denúncias.
