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Novos detalhes da morte de Ruy Fontes são revelados: ex-delegado estava na mira do PCC

Relatório recente reforça que ele continuava na mira de facção, mesmo aposentado
Novos detalhes da morte de Ruy Fontes são revelados: ex-delegado estava na mira do PCC

Foto: Divulgação/Prefeitura da Praia Grande)

O Fantástico, da Globo, trouxe neste domingo (21/9) novos detalhes sobre a investigação da morte do ex-delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo, Ruy Ferraz Fontes, assassinado emuma emboscada em Praia Grande, onde atuava como secretário de administração desde 2023.

A reportagem exibiu, com exclusividade, documentos que mostram que Ruy estava na mira do Primeiro Comando da Capital (PCC).

Histórico de combate ao crime organizado

Ruy ingressou na Polícia Civil nos anos 1980 e se destacou no combate ao PCC. Em 1999, foi responsável pela prisão de Marcos Willian Camacho, o Marcola, futuro líder da facção. Em 2006, comandou as investigações de uma série de ataques do grupo em São Paulo.

Em 2019, ao assumir o cargo de delegado-geral — o mais alto da Polícia Civil paulista —, conduziu a transferência de 22 líderes do PCC para presídios federais de segurança máxima e prendeu o grupo conhecido como “Bonde dos 14”. Na época, revelou que seu nome constava em listas de alvos da facção.

Relatório secreto mostra ordens de dentro da prisão

Embora tenha se aposentado em 2023, Ruy continuava sob ameaça. O Fantástico teve acesso a um relatório de 2024, chamado “Bate Bola”, que detalhava atentados planejados contra autoridades, com ordens vindas diretamente de presídios.

 “O que saíram de lá foram ordens verbais codificadas através de advogados, através de familiares, não só de presos da cúpula, mas de outros presos que conviviam com a cúpula na mesma unidade prisional”, afirmou o promotor de Justiça Linkcoln Gakiya.

O relatório indicava perseguição tanto a Ruy quanto ao promotor Lincoln Gakiya. Ruy chegou a declarar em podcast:

 “Eu vivo sozinho aqui na Praia Grande, que é o meio deles. Se eu fosse um policial da ativa, teria estrutura para me proteger. Hoje, não tenho nenhuma.”

Segundo o governo de São Paulo, o ex-delegado não solicitou proteção e a legislação atual não prevê escolta para policiais aposentados. Ele também não usava carro blindado no momento do crime.


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Prisões e investigação em andamento

Até o momento, quatro pessoas foram presas:

  • Daeshly Oliveira Pires – transporte de um dos fuzis usados;
  • Luiz Henrique Santos Batista, o “Fofão” – ajudou na fuga;
  • Rafael Dias Simões – participante direto;
  • Willian Marques – dono da casa usada como base.

Outros três suspeitos seguem foragidos: Flávio Henrique de Souza, Felipe Avelino da Silva (Mascherano) e Luiz Antônio Rodrigues Miranda, que teria ordenado a busca pela arma.

O secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Muraro Derrite, afirmou:

 “A gente não descarta as possibilidades. Se a execução foi motivada pelo combate ao crime organizado durante toda a carreira do delegado ou por conta de uma atuação atual como secretário municipal em Praia Grande. Mas que há participação do crime organizado para nós não restam dúvidas.”

O promotor Lincoln Gakiya complementou:

 “Mesmo que o crime tenha sido cometido por outros atores, dificilmente teria ocorrido sem a anuência do PCC.”

A apuração completa com documentos e entrevistas está no Fantástico deste domingo.

*Com informações de G1 e Fantástico, TV Globo