O preço dos ovos tem registrado aumentos expressivos desde janeiro, impactando supermercados, feirantes e consumidores em todo o país. Segundo a Associação Brasileira de Supermercados (Abras), a valorização do produto se intensificou devido ao aumento da demanda, impulsionado pela alta no preço das carnes e pela proximidade da Quaresma, período em que muitas famílias reduzem o consumo de carne vermelha.
Dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/USP) apontam que o preço dos ovos no atacado atingiu níveis recordes. Em Santa Maria de Jetibá (ES), maior produtora nacional, a caixa com 30 dúzias de ovos brancos subiu para R$ 233,55, um aumento de 37,9% em relação a fevereiro de 2024. Os ovos vermelhos chegaram a R$ 264,21, alta de 40,8%. Na Grande São Paulo e Belo Horizonte, os preços também apresentaram aumentos significativos.
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Apesar da escalada no atacado, os preços no varejo ainda não refletem essa tendência. Dados da Abras mostram que, até dezembro, o preço dos ovos nos supermercados caiu 4,53% em média, enquanto outras proteínas registraram alta.
Outro fator que pode impactar o mercado é a nova regulamentação do Ministério da Agricultura, que reduziu o peso médio dos ovos em cerca de 10 gramas por unidade e determinou a obrigatoriedade da data de validade carimbada na casca a partir de 4 de março.
A alta no preço dos ovos também é observada em outros países. Nos Estados Unidos, a escassez do produto elevou os preços em 15% em um mês, influenciada pelo temor de novos surtos de gripe aviária. Especialistas preveem que os preços no Brasil permanecerão elevados até a Quaresma.