Em comunicado divulgado neste sábado (27/4), a Justiça do Paraná informou que decidiu suspender o julgamento do bolsonarista acusado de matar um petista em Foz do Iguaçu em 2022. O júri popular estava marcado para 2 de maio.
A decisão acata um pedido da defesa do ex-policial penal bolsonarista Jorge Guaranho. O advogado Samir Mattar Assad, que representa o acusado, alegou à Justiça que o julgamento deveria ser transferido da comarca de Foz do Iguaçu pela repercussão do caso na cidade e pelo cargo que a vítima, o guarda municipal Marcelo Arruda, ocupava na gestão municipal.
Em sua decisão, o juiz substituto Sergio Luiz Patitucci entendeu que poderia haver “influência na decisão dos jurados”, e também cita o fato da mulher da vítima, Pamela Suellen Silva, ter um cargo em Itaipu Binacional e o corpo de jurados ser composto por sete funcionários da usina e 21 funcionários municipais de Foz.
Ainda não há data para um próximo júri. A decisão também não define a questão da transferência de comarca.
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Relembre o caso
Marcelo Arruda foi morto em 9 de julho de 2022, enquanto comemorava o seu aniversário de 50 anos. Ele era um conhecido militante do PT de Foz do Iguaçu e a festa era temática do partido, com fotos de Lula e símbolos do PT.
O agente penitenciário federal Jorge José da Rocha Guaranho, apoiador de Jair Bolsonaro (PL), invadiu o evento. Aos gritos de “Bolsonaro” e “mito”, segundo relataram testemunhas, o homem ameaçou os presentes e saiu. Arruda foi até seu carro para pegar a arma, temendo que Guaranho voltasse.
Algumas horas mais tarde, Guaranho voltou e iniciou uma troca de tiros com Arruda. Os dois foram atingidos, e o petista morreu no local. Era casado e tinha quatro filhos – entre eles uma menina de seis anos e um bebê de apenas um mês.
Guaranho passou alguns dias na UTI, mas sobreviveu. Ele está preso pelo crime é réu por homicídio duplamente qualificado por motivo fútil perigo comum.
*Com informações de UOL