A Associação dos Trabalhadores do Estado na Argentina ameaçou convocar uma greve geral a partir desta quarta-feira (27/12), depois do presidente Javier Milei ter assinado um decreto para demitir 7.000 funcionários públicos do país.
“Estamos perante um ataque sem precedente contra os trabalhadores. Amanhã, [teremos] uma mobilização em todo o país e caminhamos para uma greve geral”, afirmou Rodolfo Aguiar, secretário-geral do sindicato.
O protesto reunirá sindicatos de outras categorias que também são contra as ações feitas pelo governo atual. O decreto afeta cerca de 7.000 funcionários públicos com menos de 1 ano de trabalho. Há grupos que ficarão fora da medida como pessoas trans e com deficiência.
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Também será isento quem prestou tarefas antes do dia 1 de janeiro de 2023 e tenha alterado a sua forma de contratação. O sindicato afirmou que todos os trabalhadores cumprem funções essênciais e que ninguém espera que a associação aceite até mesmo uma única demissão.
A categoria também diz que vai dialogar com o Congresso argentino para barrar essa e outras medidas similares.
“Se alguém está atingindo a paz social é o próprio governo que decide deixar milhares de famílias na rua neste momento. É difícil encontrar precedentes na administração pública de um ataque de tamanha magnitude aos direitos trabalhistas”, afirmou o secretário-geral do sindicato.
Decreto
O presidente da Argentina, Javier Milei, vai assinar um decreto que não prorroga os contratos de ao menos 7.000 funcionários públicos que foram contratados em janeiro e que possuem contratos vigentes até 31 de dezembro.
O número exato de desligamentos ainda é incerto, uma vez que a medida pode atingir servidores da Casa Rosada e administração direta, e também dos órgãos descentralizados, empresas públicas, sociedades anônimas com participação majoritária do Estado, como a petroleira YPF e também os contratos terceirizados com validade até o último dia deste ano.