Enquanto as buscas pelo jornalista inglês Dom Phillips e o indigenista brasileiro Bruno Pereira prosseguem no Vale do Javari, no Amazonas, protestos foram realizados hoje cobrando respostas do governo brasileiro sobre o desaparecimento. Phillips e Pereira, servidor de carreira da Fundação Nacional do Índio (Funai) e reconhecido defensor das causas indígenas, faziam, de barco, um trajeto entre a comunidade Ribeirinha São Rafael e a cidade de Atalaia do Norte, no Amazonas, quando desapareceram no domingo.
Em Londres, o protesto contou com a participação da irmã de Phillips, Sian, e manifestantes do Greenpeace. Segurando cartazes com imagens dos desaparecidos e rosas vermelhas, o grupo pediu que o governo acelere as buscas pelos dois no Vale do Javari. O protesto foi realizado em frente à embaixada do Brasil.
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Já em Los Angeles, circulam cartazes questionando onde estão Phillips e Pereira, e telas em led montadas em caminhonetes com imagens percorrem a cidade com dizeres “Bolsonaro está queimando a Amazônia” e “Mentiroso na cidade”. Na cidade, ocorre esta semana a Cúpula das Américas, encontro dos líderes de países da América do Norte, Central e Sul. Na cúpula, está previsto para ocorrer o primeiro encontro oficial entre Bolsonaro e o presidente norte-americano Joe Biden.
Nesta quinta, 9, deverá ocorrer a audiência de custódia de Amarildo da Costa de Oliveira, conhecido como “Pelado”, preso ontem como suspeito de estar envolvido no desaparecimento dos dois homens. Amarildo nega envolvimento no caso. Ele foi preso com munições de uso restrito, além de chumbinhos e uma substância entorpecente. Enquanto isso, as buscas prosseguem. Segundo a União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja), entidade que reportou inicialmente o sumiço de Phillips e Pereira, ainda não foi feito nenhum sobrevoo na área em busca dos homens.