O Parlamento do Peru aprovou na noite de ontem, 20, a antecipação das eleições presidenciais do país para abril de 2024. É uma tentativa do governo peruano de colocar um fim nas manifestações que pedem a volta do ex-presidente Pedro Castillo ao poder, após ele ter sido destituído e preso no início do mês.
Originalmente, as eleições só seriam realizadas em 2026, e a antecipação era uma exigência dos manifestantes. Na sessão plenária do parlamento, a proposta de antecipação exigia 87 votos e recebeu 93 – 30 deputados votaram contra e um se absteve.
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A decisão coloca que a atual presidente – e ex-vice de Castillo – Dina Boluarte entregue o cargo ao vencedor das eleições em junho de 2024.
Pesquisas indicam que 83% dos eleitores são a favor da antecipação das eleições, para dar fim aos conflitos. Segundo o último relatório do gabinete do provedor de Justiça do país, 21 pessoas morreram e cerca de 650 ficaram feridas desde o início dos protestos.
Além disso, a crise no Peru agora atinge níveis diplomáticos porque o país exigiu a expulsão do embaixador mexicano em Lima, Pablo Monroy. Ele foi declarado “persona non grata” no país devido ao fato de o governo Boluarte atribuir “interferência” de “autoridades mexicanas” na atual situação política instável do Peru.
O presidente deposto Pedro Castillo pediu asilo à embaixada mexicana, e o governo do México confirmou que concedeu asilo político à família dele, que já estaria em território mexicano.