
Pais processam OpenAI afirmando que ChatGPT auxiliou no suicídio do filho de 16 anos
Os pais de Adam Raine, adolescente de 16 anos que morreu em abril, ingressaram com uma ação judicial contra a OpenAI e o CEO da empresa, Sam Altman, nesta terça-feira (26/8), em San Francisco, nos Estados Unidos. Eles afirmam que o jovem recebeu do ChatGPT instruções sobre práticas de autoagressão durante meses de interações com a ferramenta.
A acusação aponta negligência, homicídio culposo e falhas na segurança do produto. Além de pedir indenização em valores ainda não estipulados, a família sustenta que a OpenAI teria priorizado ganhos financeiros ao lançar o modelo GPT-4o em 2024 sem implementar proteções eficazes para usuários em situação de vulnerabilidade.
De acordo com o processo, a IA teria validado pensamentos suicidas do adolescente, oferecido métodos de automutilação, ensinado como furtar bebidas alcoólicas em casa e até se disponibilizado para redigir uma nota de despedida.
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Em nota, a OpenAI lamentou a morte do jovem e destacou que o ChatGPT possui mecanismos de segurança, como redirecionar pessoas em crise a serviços de apoio. A empresa reconheceu, porém, que tais recursos são mais eficientes em conversas breves e podem falhar em diálogos prolongados. Também informou que trabalha em novos recursos, como controles parentais e a possibilidade de conectar usuários diretamente a profissionais de saúde mental.
Para os pais de Adam, a decisão de lançar o GPT-4o trouxe duas consequências imediatas: a valorização da OpenAI, que saltou de US$ 86 bilhões para US$ 300 bilhões, e a perda irreparável de seu filho.
O processo ainda pede a adoção de medidas práticas, como verificação de idade dos usuários, bloqueio automático de respostas sobre automutilação e alertas sobre possíveis riscos de dependência psicológica gerada pelo uso contínuo da IA.
*Com informações do G1.
