Para essa análise, a entidade contou com a colaboração de 200 cientistas de 50 países, que avaliaram 1.652 patógenos. Aqueles definidos como de “potencial pandêmico” são altamente transmissíveis e virulentos, capazes de causar doenças graves em humanos, ou não têm vacinas ou tratamentos até o momento.
O documento destaca uma abordagem científica inovadora voltada para aprimorar a preparação diante de futuros surtos, Emergências de Saúde Pública de Preocupação Internacional (PHEICs) e pandemias.
A estratégia se concentra na pesquisa de vírus e famílias bacterianas, ao invés de focar em patógenos isolados, reconhecendo-os como riscos globais. Além disso, o documento também enfatiza necessidade crítica de investimentos em pesquisa, desenvolvimento e inovação em escala internacional.
Foram incluídos muitos patógenos na lista, incluindo o coronavírus, vírus mpox, varíola comum (apesar de ter sido erradicada em 1980, a população não é mais vacinada contra a doença) evários tipos de influenza A (como o H5, que se espalha nos rebanhos americanos). Entre as bactérias, estão as da disenteria, diarreia, pneumonia, cólera e a que causa as pestes bubônica, septicêmica e pneumônica.
Leia mais:
Brasil lidera casos de dengue no mundo com 82% dos diagnósticos, aponta OMS
OMS atualiza lista das 15 bactérias que ameaçam a saúde humana
Os vírus da dengue, zika, chikungunya estão na lista específica para a região das Américas. O texto aponta que os patógenos que devem ser prioridade são o Orthohantavirus sinnombrense e Alphavirus venezuelan (conhecidos anteriormente como hantavírus e vírus da encefalomielite equina venezuelana). Outras duas ameaças de baixo risco são o Mammarenavirus juninense (febre hemorrágica argentina) e Orthobunyavirus oropoucheense (vírus oropouche).
“A história nos ensina que a próxima pandemia é uma questão de quando, não de se. Também nos ensina a importância da ciência e da determinação política para atenuar o seu impacto. Precisamos que elas se unam enquanto nos preparamos para a próxima pandemia. Avançar o nosso conhecimento sobre os muitos agentes patogênicos que nos rodeiam é um projeto global que requer a participação de cientistas de todos os países”, afirmou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, durante o encontro global sobre a preparação para pandemias que aconteceu no Rio de Janeiro.